Segundo o mapa qual hemisfério tem a maior concentração de cabos submarinos de internet no mundo

Segundo o mapa qual hemisfério tem a maior concentração de cabos submarinos de internet no mundo

Descubra quais são os cabos submarinos que cortam o Brasil

Se você está conectado na internet neste exato momento é porque certamente inúmeras transmissões de dados aconteceram, seja pelo ar, terra ou por cabos submarinos. Somente no Brasil, há pelo menos 15 cabos tanto com alcance nacional quanto internacional, integrando países das Américas, Europa e África. São tecnologias caras e que concentram consórcios de telecomunicações focados na transmissão rápida de dados.

Como vários servidores de sites existentes no Brasil estão localizados nos Estados Unidos, se não fossem esses cabos, dificilmente haveria uma conexão de internet viável. Os primeiros cabos submarinos foram instalados ainda no século XIX e eram direcionados para os serviços de telefonia na Europa.

No Brasil, o primeiro cabo totalmente submarino foi inaugurado em 1874 e conectava o Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Belém.

No entanto, com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação, eles ganharam mais capacidade e agora são essenciais para o pleno funcionamento da internet.

Elaborados com fibra óptica, todos contam com isolamento especial e estão instalados no assoalho oceânico, sendo utilizados em redes internacionais de telecomunicações por meio da transmissão de dados digitais, como mensagens de texto, áudio, imagens, vídeos, ou seja, são fundamentais no pleno funcionamento da internet. Veja alguns que passam pelas profundezas do litoral brasileiro, muitos situados a 4.000 metros de profundidade.

Brazilian Festoon

Esse cabo passa por Praia Grande, cidade do litoral paulista que abriga o Brazilian Festoon, um cabo com comprimento de 2.552 Km, com pontas localizadas no Rio de Janeiro e Natal.

Suas conexões passam ainda por várias regiões do sudeste e nordeste, tendo sido construído em 1996 pela Embratel. Também passa por Vitória, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife e João Pessoa.

Junior

Construído pelo Google, esse cabo tem uma função bem específica: oferecer interconexões com outros que chegam de países da América Latina e Estados Unidos. O Junior passa por Santos e Rio de Janeiro.

Malbec foi um nome escolhido justamente para homenagear essa espécie de uva que traz um aroma característico para tantos vinhos argentinos.

Seabras-1

Esse cabo conta com 10 mil Km de extensão e liga Praia Grande a cidade de Township, nos Estados Unidos, localizada a 86 Km de Nova York.

Sua construção foi concluída em 2017 e a gestão está sob responsabilidade da operadora Seaborn Networks e da Telecom Italia Sparkle, uma plataforma de soluções que pertence ao grupo TIM.

Monet

Bem extenso, com mais de 10 mil Kms de extensão, o Monet é um cabo que liga Santos, Fortaleza e Boca Raton, município norte-americano vizinho de Miami, na Flórida.

Funcionando desde 2017, ele tem capacidade de 64 Tbps, com um objetivo bem claro: melhoria nos serviços de conexão entre a América Latina e a América do Norte.

Esse sistema tem como gestores a Algar Telecom, Angola Cables, Antel Uruguay e Google.

South America-1

Bem complexo, esse sistema dá a volta no continente americano, passando por Brasil, Porto Rico, Colômbia, Equador, Peru, Chile, entre outros países.

Trata-se de um dos mais antigos em funcionamento, estando ativo desde 2001, com cabos que ultrapassam os 25 mil Kms de extensão.

Nessa imagem ilustrativa dá para observar a estrutura de um cabo submarino feito de fibra óptica; revestimento é bem fortalecido para evitar danos, mas muitas vezes reparos são necessários. Imagem: Shutterstock

South American Crossing

Tem mais de 20 mil Kms de extensão e está sob responsabilidade da multinacional Lumen e da Telecom Italia Sparkle.

Leia mais:

Tannat

Santos, Maldonado (Uruguai) e Las Toninas são as cidades por onde esse cabo passa, com 2 mil Kms de extensão.

America Movil Submarine Cable System-1

Passando por Salvador, Fortaleza e vários países estratégicos da América Central e Estados Unidos, esse cabo tem mais de 17 mil Kms de extensão e teve um investimento orçado em cerca de R$ 2,6 bilhões, com funcionamento iniciado em 2014.

BRUSA

O nome é sugestivo pelo fato de unir Brasil e Estados Unidos, ligando o Rio de Janeiro a Virginia Beach em uma extensão de mais de 18 mil Kms.

Esse sistema passa ainda por Fortaleza e San Juan, com capacidade de 160 Tbps, a maior para interconexão das Américas.

GlobeNet

Lançado em 2001, cobre regiões das Américas do Sul, Central e do Norte, contando com mais de 23 mil Kms de extensão.

Americas-II

Operando desde 2000, tem sob sua gestão diversas empresas, tais como Embratel, AT&T, Telecom Italia Sparkle, entre outras.

São mais de 8 mil Kms de extensão, ligando Fortaleza a cidades da Guiana Francesa, Trindade e Tobago e Estados Unidos.

EllaLink

Sendo um dos mais recentes em operação, o EllaLink começou a operar em 2021 e faz conexões diretas com países europeus, com pontas em Fortaleza e Sines, localizada no sul de Portugal.

Como você pode perceber, os cabos submarinos são importantíssimos na conexão entre os países no que diz respeito à transmissão de dados e estão presentes em todos os continentes do planeta, exceto na Antártica.

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!

Texto: Natalia Benatti Zardo
Pauta e edição: Adriano Liziero

Os avanços dos meios de comunicação foram os que mais contribuíram para a construção de um mundo hiperconectado. A intensificação das relações a nível mundial é chamada de globalização, um fenômeno caracterizado pela integração dos fluxos de pessoas, capital e informação.

Embora os benefícios da globalização, como as tecnologias, não sejam acessíveis a toda população mundial, vivemos hoje em uma rede geográfica de diferentes dimensões. Essas redes são responsáveis por estabelecer interconexões entre um ponto geográfico e outro.

A eficiência do sistema de comunicação global é possibilitada pela invenção de novas tecnologias. São os satélites e os cabos submarinos que proporcionam a comunicação que, hoje, é essencial para a instalação de indústrias em diferentes partes do mundo.

Com a produção industrial descentralizada, a circulação de informações e de mercadorias é uma atividade essencial nesse mundo globalizado.

Mapa mundial da rede de cabos submarinos

A empresa de consultoria em telecomunicação TeleGeography criou um mapa interativo no qual é possível ver todos os caminhos dos cabos e as localidades conectadas.

Clicando em cada um, você tem acesso a informações específicas, como data de criação, comprimento do cabo, a empresa proprietária e os pontos de chegada e saída.

Clique aqui para acessar o mapa interativo.

Segundo o mapa qual hemisfério tem a maior concentração de cabos submarinos de internet no mundo

Com a espacialização dos cabos, localizados no fundo do mar, é possível termos uma noção visual e espacial da dimensão e complexidade por trás de ações cotidianas, como o uso de celulares e computadores.

A funcionalidade dos cabos

O primeiro cabo de comunicação transatlântico foi criado em 1858, no auge do desenvolvimento industrial na Europa. Ele servia para sustentar o funcionamento do telégrafo, a tecnologia de comunicação da época.

Atualmente, os cabos submarinos são os principais responsáveis por garantir uma rede eficaz de comunicação em escala global. Distribuídos por todas as áreas oceânicas do mundo, existem hoje mais de 360 cabos submarinos em funcionamento. Ao todo, somam 800 mil quilômetros, extensão capaz de dar 20 voltas em torno da Terra.

Os cabos submarinos são considerados mais vantajosos do que os satélites, já que eles não estão sujeitos a intempéries. Além disso, as fibras óticas que compõem os cabos têm tráfegos de dados até 1.000 vezes maior que os satélites.

O jornal Nexo publicou uma reportagem que explica como esses cabos funcionam. Clique aqui para ler.

Para entender o mundo hiperconectado

Segundo o mapa qual hemisfério tem a maior concentração de cabos submarinos de internet no mundo

O documentário “Eis os delírios do mundo conectado”, do diretor Werner Herzog, é uma boa sugestão para se pensar sobre o cenário hiperconectado que vivemos.

O longa apresenta a história da criação da internet, desde a primeira mensagem enviada via computador, até uma análise sociológica dos impactos causadas pela imersão dessa tecnologia na sociedade contemporânea.