A partir da Revolução Industrial os problemas ambientais começaram a agravar-se cada vez mais, primeiro nos atuais países desenvolvidos e depois no mundo todo. Nas últimas décadas, os problemas ambientais se avolumaram ainda mais, em decorrência da expansão das atividades econômicas que se concentram nas cidades. Essa concentração acarreta problemas de poluição do ar e da água, gerando situações de graves riscos para a saúde da população. Os problemas são maiores sobretudo para um grande número de famílias mais pobres que residem exatamente nos lugares mais poluídos, porque são desvalorizados. De um modo geral, os problemas ecológicos são mais intensos nas grandes cidades do que nas pequenas ou no meio rural. A questão ambiental é uma conseqüência da modernidade, que ao mesmo tempo em que amplia a qualidade de vida, também ocasiona uma série de impactos ambientais negativos: poluição atmosférica que leva à formação de chuva ácida, efeito estufa, inversão térmica, ilhas de calor, poluição sonora e visual, poluição no trânsito freqüentemente congestionado pelo predomínio do automóvel particular, carência de áreas verdes, acúmulo de lixo em locais não apropriados, falta de esgotos e falta do reaproveitamento ou reciclagem do lixo, entre outros. Principais problemas ambientaisEntre os principais problemas ambientais urbanos podemos destacar:
Um indivíduo absorve em média, por dia, 1,5 kg de alimento, cerca de 2 litros de água e aproximadamente 15 kg de ar atmosférico. Respirar em locais onde o ar é excessivamente poluído afeta sensivelmente a saúde. Há dias em que respirar no centro da cidade de São Paulo, por exemplo, equivale a fumar cerca de 40 cigarros de uma só vez. Entre as principais substâncias poluentes da atmosfera das grandes cidades, destacam-se o dióxido de enxofre, o monóxido e o dióxido de carbono, os óxidos de nitrogênio e os hidrocarbonetos gasosos.
Em São Paulo foi criada a Lei Cidade Limpa (lei 14.223), com o objetivo de se ter uma cidade com paisagem mais ordenada. A Lei Cidade Limpa busca, entre outras ações, atacar a poluição visual e a degradação ambiental com a proibição de anúncios publicitários nos lotes urbanos como muros, coberturas e laterais de edifícios, além de publicidade em carros, ônibus, motos, bicicletas etc. Dessa forma busca-se preservar a memória cultural e histórica, além de facilitar a visualização das características das ruas, avenidas, fachadas e elementos naturais e construídos da cidade. Acúmulo de lixo e de esgotos O Brasil produz quase 100 mil toneladas de lixo doméstico por dia. Sem contar o lixo hospitalar, radioativo e industrial. Todo esse material pode ter quatro destinos diferentes: depósitos a céu aberto (lixões), aterros sanitários, incineração ou reciclagem. Os lixões são os mais utilizados. Causam problemas de poluição das águas subterrâneas e, além disso, esgotos e resíduos industriais são despejados em rios, que normalmente "morrem", tornando-se imundos e malcheirosos. O acúmulo de lixo urbano é responsável por altos índices de doenças, além da poluição do ar, do solo e das águas que abastecem a cidade.
As cidades crescem, se modificam, não são planejadas, unem povos e servem de palco para várias ocasiões. Para viver nas cidades o homem deverá aprender a seguir regras e respeitar o espaço público. Atualmente o grande desafio é encontrar soluções para problemas ambientais urbanos que têm se agravado a cada dia. Enquanto os homens se reúnem para condenar ou orientar o que outros homens fazem, a natureza espera. A Inversão Térmica é um fenômeno atmosférico responsável pela retenção do ar próximo à superfície em áreas cercadas por serras e montanhas, o que impede ou diminui a circulação dos ventos. Nas grandes cidades, esse fenômeno dificulta a dispersão dos poluentes emitidos pelas fábricas e pelos carros, fazendo com que esses permaneçam “parados”, tornando o ar mais impuro e causando inúmeros problemas respiratórios. Esse fenômeno é natural, ou seja, existe com ou sem a participação do homem. No entanto, a emissão de poluentes na atmosfera torna-se um problema quando a inversão térmica manifesta-se em espaços geográficos urbanizados. Para entender como funciona a inversão térmica, é preciso considerar uma premissa básica: o ar quente é mais leve que o ar frio, portanto, o ar quente tende a subir e o ar frio tende sempre a descer. Quando a superfície aquece o ar em sua volta em função da reflexão dos raios solares, esse ar quente sobe e o ar frio que está mais acima desce, provocando a movimentação dos ventos e contribuindo para a dispersão dos poluentes presentes na atmosfera.
No entanto, em dias frios – mais comuns nas manhãs de inverno –, a superfície não consegue aquecer o ar o suficiente para fazer com que ele suba, formando uma camada de ar quente logo acima dele. Como o ar frio, mais pesado, já se encontra abaixo do ar quente, não há movimentação do ar, diminuindo a circulação dos ventos e impedindo a dispersão dos poluentes.
Na cidade de São Paulo, os invernos são conhecidos pelo aumento das taxas de poluição do ar, provocando frequentes problemas respiratórios oriundos desse fenômeno. Pessoas portadoras de doenças como asma, bronquite e enfisema pulmonar tendem a sofrer mais com esse problema. Além disso, a ausência da circulação do ar somada à grande concentração de pessoas nas cidades também contribui para a difusão de vírus e doenças contagiosas. Em virtude dessas questões, é muito importante que o ser humano condicione a sua vivência no sentido de emitir uma menor quantidade de poluição na atmosfera, pois, nas grandes cidades, esse problema pode ser facilmente sentido e as consequências podem ser graves. Por Rodolfo Alves Pena Graduado em Geografia |