Complexo regional que se destaca pela presença de muitos rios caudalosos

O Brasil é regionalizado de duas formas: em cinco regiões (Norte, Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Sudeste) e em complexos regionais (Centro-Sul, Nordeste e Amazônia). Os grandes complexos regionais foram formados a partir de critérios socioeconômicos.

O complexo regional amazônico corresponde a cerca de 60% do território do país, onde vivem apenas 7% de toda população nacional, figurando como o menos povoado. Em razão de o número de população absoluta e relativa ser modesto, ocorreu um grande vazio demográfico, o que promoveu um isolamento da região em relação aos outros pontos do país, além de ter impedido maior desenvolvimento econômico. As paisagens naturais (floresta equatorial) e o clima (quente e chuvoso) são os fatores mais característicos desse complexo regional.

As atividades econômicas desenvolvidas no complexo regional amazônico durante muito tempo estiveram ligadas basicamente ao extrativismo vegetal e mineral (atividade primária), enquanto a produção industrial manteve-se estável durante muito tempo, ou seja, sem apresentação de crescimento significativo; o que prova a pouca participação dessa parte do país na produção industrial.

A partir dos anos 80, a porção leste desse complexo regional conseguiu alcançar uma elevação nos índices de desenvolvimento e também de povoamento, proveniente da ocupação agropecuária e da intensificação de extração mineral. Porém, a maneira como esse processo está ocorrendo tem deixado um saldo negativo na região, especialmente no âmbito ambiental, pois a Floresta Amazônica tem sido destruída com o objetivo de servir uma minoria de pessoas.

A mineração tem ocupado um lugar de destaque, uma vez que existem importantes jazidas de minérios, como a Serra dos Carajás e Oriximiná. A produção agropecuária tem sido difundida na região, com a criação de gado e o cultivo de monoculturas, como a soja.

Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia

Em final de ano letivo, eu só consigo pensar em provas da faculdade. Por isso, esta semana, compartilho, aqui, resumo do estudo da Região Nordeste, parte do conteúdo da P2 da disciplina Organização Regional do Brasil. A média de cada disciplina do curso de licenciatura em geografia da UERJ, na modalidade a distância, é composta pela Avaliação a Distância 1, Avaliação a Distancia 2, Prova I e Prova 2. 

Uma das formas de estudo que mais da certo para mim é o de ler, reler, pesquisar sobre o tema em artigos científicos e, por último, fazer um resumo objetivo por tópicos, que me ajudam a articular o raciocínio na hora da prova para desenvolver as respostas das questões discursivas. E, também, para identificar erros e acertos nas assertivas das questões de múltipla escolha. 

Para você, leitor, que chegou agora e não leu minhas aulas na íntegra, sugiro que o conteúdo desse resumo possa ser utilizado como uma espécie de guia para o seu estudo e o instigue a ler mais sobre os temas aqui abordados. 

Aula 9 – A diversidade socioambiental do Nordeste Brasileiro

Introdução

• Questões ambientais e sociais.

• A Região Nordeste é marcada por fortes contrastes socioambientais.

• Para compreender os contrastes da Região Nordeste, é preciso conhecer um pouco sobre a apropriação de sua paisagem pelos seres humanos ao longo de sua ocupação até os dias de hoje. 

• Sub-regiões: Meio Norte, Sertão, Agreste e Zona da Mata

Meio Norte

• Faixa de transição entre a Caatinga o Cerrado e a Amazônia.

• Os índices pluviométricos são mais altos nas áreas mais próximas da Amazônia.

• Formado pelo Maranhão e pela parte oeste do Piauí. 

• Rios caudalosos e perenes.

• A vegetação característica é a mata de cocais.

• A principal atividade econômica é o extrativismo vegetal.

• Planície fluvial empregada no cultivo do arroz.

• Presença forte da agropecuária extensiva e da agricultura tradicional de cana-de-açúcar, algodão e arroz.

• Resistência social marcada pelo movimento das Mulheres Quebradeiras de Coco. 

Sertão

• Extensa área do semiárido.

• Compõe parte do polígono das secas (este se estende até o norte de Minas Gerais).

• Índice pluviométrico muito baixo e irregular.

• O bioma Caatinga é o característico.

• A bacia do Rio São Francisco é a maior da região. Também é fonte de energia para hidroelétricas.

• Em Alagoas estão instaladas as Usinas Hidrelétricas Delmiro Gouveia, Moxotó e Xingó, que fornecem energia para grande parte da Região Nordeste. 

• A principal atividade econômica é a pecuária extensiva e de corte. Há também a presença do cultivo irrigado de frutas, cana-de-açúcar e a extração de sal. 

• A principal atividade industrial é a têxtil. 

Agreste

• Compreende a área de transição entre a Caatinga e a Mata Atlântica. Formado pelos estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe e Bahia. 

• Solo pedregoso e de baixa fertilidade. 

• Na atividade agrícola predominam as pequenas e médias propriedades, com desenvolvimento de pecuária extensiva e policultura.

• As principais atividades econômicas são o artesanato e o turismo. 

Zona da Mata

• Compreende uma estreita faixa costeira que se estende do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. 

• Maior concentração populacional do Nordeste. 

• Maior urbanização da região contando com o maior fluxo de informações, de pessoas, de mercadorias, de finanças e de comércio. 

• Presença de problemas urbanos como ilhas de calor e especulação imobiliária.

• O clima da região é o tropical úmido. O solo é fértil em decorrência de chuvas regulares. 

• A atividade agrícola é diversificada, mas composta de latifúndios na modalidade de monoculturas. 

• Alta possibilidade do emprego de energia eólica devido à forte presença de ventos. 

Aula 10 – A produção do complexo regional do Nordeste

Introdução 

• Aula desenvolvida com base na divisão regional de Pedro Pinchas Geiger realizada em 1967 com base na formação econômica nacional. 

• O principal objetivo da divisão regional em complexos regionais geoeconômicos é o de destacar os efeitos históricos do processo de industrialização no território nacional. 

• Assim, os complexos regionais de Pedro Geiger refletem os arranjos espaciais impactados pelas atividades econômicas. 

• Identifica três complexos regionais – Amazônia, Centro-Sul e Nordeste. 

O complexo regional do Nordeste

• Na perspectiva histórica é a região mais antiga do país. 

• A primeira atividade econômica implementada pelos portugueses no país foi o plantio de cana-de-açúcar. 

• Nos anos 1940 a 1980 foi grande exportadora de recursos humanos para o Centro-Sul do país. Com destaque para a redução do fluxo migratório nos anos 1970 devido a transformações na estrutura produtiva. 

• Destacamos como fatores de repulsão populacional do Nordeste: estagnação econômica, a seca em decorrência de condições climáticas, diversas manifestações de desigualdades sociais e os elevados índices de desemprego da região. 

• Com a desconcentração industrial, muitas empresas migraram do Centro-Sul para o Nordeste. 

• Fluxo de retorno para o Nordeste nos anos 1980.

Introdução de atividades econômicas

• O Nordeste se caracteriza como periferia econômica e social.

• Produção voltada para matéria prima e alimentos.

• Diversificação econômica recente em função da desconcentração industrial

• Presença de populações tradicionais em especial nas áreas rurais. 

• MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) – área de conflito devido a expansão do agronegócio. Presença de povos tradicionais e latifundiários.

• Nas áreas urbanas, forte presença do setor secundário. Produção siderúrgica e pólos Petroquímicos como o de Camaçari, na Bahia.

• A presença industrial é mais forte e mais diversificada em Fortaleza, Recife e Salvador.

• O trabalho informal, de serviços e de comércio também é muito forte nas capitais. 

Aula 11 – O potencial Econômico Nordestino

Industrialização Tardia

• A industrialização do nordeste surgiu nos anos 1960 como uma alternativa de combate a escassez.

• Criação da SUDENE em 1959 – Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste.

• A SUDENE promoveu mais investimentos em infraestrutura e energia atendendo a interesses da elite. 

• As transformações territoriais começam a ser percebidas na região apenas nos anos 1980 com a desconcentração industrial. 

• A desconcentração industrial ocorreu devido a fatores locacionais que impactaram na mudança de indústrias do Centro-Sul para o Nordeste. 

• Guerra fiscal iniciada nos anos 1990. Disputa entre cidades com maiores vantagens fiscais e melhores condições estruturais para a instalação de indústrias. 

• O desenvolvimento do Nordeste pode ser sintetizado como resultado de investimentos públicos na economia local, obras de infraestrutura e redistribuição de renda, como o Bolsa Família. 

• Aumento da renda média de seus habitantes e mudança no fluxo migratório.

• Fatores negativos dos incentivos fiscais para a instalação de indústrias: Maior impacto na natureza e a exploração de recursos. 

Bacia do Rio São Francisco

• O Rio São Francisco também é conhecido como Rio de Integração Nacional. 

• Por ser perene, propicia a pecuária, pesca e agricultura integrada.

• Nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, atravessa Bahia, Pernambuco e divide os estados de Alagoas e Sergipe até desaguar no Atlântico.

• A transposição do Rio São Francisco foi uma das alternativas de governantes para solucionar o problema da seca no Nordeste. 

• Contudo, a simples disponibilidade de mais recursos hídricos não resolve o problema da seca. É preciso uma melhor gestão para evitar desperdícios. Para um melhor aproveitamento, é necessário o uso de poços artesianos.