Qual era a importância da religião na produção cultural e intelectual dos árabes na idade média

A Cultura Medieval é um conjunto de manifestações filosóficas, literárias, religiosas, científicas, que mistura fatores das culturas greco-romanas e germânicas, numa síntese permeada por aspectos cristãos.

Vale destacar que a Igreja Católica teve uma preponderância marcante durante todo o período medieval (século IV ao XV), sobretudo quando os francos e as tribos germânicas aderiram ao Cristianismo.

De tal maneira, ela detinha cerca de um terço das terras cultiváveis, o que lhe garantia um considerável poder econômico.

Além disso, a educação ficava a cargo da Igreja, onde todos os saberes eram impregnados de religiosidade, o que acabou motivando os renascentistas a denominar esse período histórico como “Idade das Trevas”.

Para saber mais sobre o período, acesse os links: Idade Média e Igreja Medieval

Contexto Histórico: Resumo

O período que compreende a Idade Média abarca aproximadamente um milênio de história e começa durante os séculos IV e V.

Seu marco inicial é a desestruturação do Império Romano do Ocidente. A Idade Média permaneceu até os séculos XIV e XV, com a crise do feudalismo e ascensão dos estados nacionais. Contudo, foi entre os séculos XI e XIII que a “cultura medieval” atingiu seu apogeu.

A partir do século X, na Europa Ocidental tem início uma reestruturação econômica, social, política e cultural que irá culminar no Renascimento Cultural e Urbano perpetrado pela burguesia.

Além disso, as peregrinações, feiras e o movimento copista dos Monastérios contribuíram para a difusão cultural durante toda a Idade Média.

Para saber mais: Renascimento Cultural e Renascimento Urbano

Principais Características

Segue abaixo algumas das principais características do período medieval, nos campos da educação, artes e ciências.

Educação Medieval e Escolástica

De partida, vale destacar que somente uma minoria da população medieval sabia ler e escrever, posto que, via de regra, somente os filhos da nobreza estudavam.

De toda forma, na maior parte do período medieval, o latim foi à língua oficial, especialmente no que tange à escrita. Sua versão oral suportava uma forma menos culta.

Outro destaque que deve ser feito é para a Instituição Escolar que se desenvolveu a partir do século XII: a Escolástica, um método pelo qual se pretendia descobrir a verdade por meio da dialética.

Esta forma de ensino se desenvolveu nos Monastérios e nas Escolas das Catedrais, principais centros de estudo e depositário da produção intelectual, até a criação das Universidades, as quais ainda estavam muito ligadas à Igreja durante todo século XII.

Por conseguinte, nestes centros de saber, valorizava-se muito os autores da Antiguidade Clássica, como Aristóteles e Platão, as quais se dedicaram Santo Tomás de Aquino e Santo Agostinho, os principais teólogos do período medieval.

Saiba mais sobre a Filosofia Medieval.

Arquitetura Medieval

Na arquitetura medieval destacaram-se os estilos Romântico (Alta Idade Média), caracterizado pela austeridade e solidez e o estilo Gótico, marcado pela leveza e formas esguias.

A arquitetura medieval ficou muito conhecida pela construção de castelos, mas foram nas Igrejas e Catedrais que a arquitetura religiosa floresceu.

Nesses espaços sacros, eram necessárias a retratação de cenas religiosas e moralizadoras para catequizar a população.

Para saber mais veja também os artigos:

  • Arte Gótica
  • Arte Medieval
  • Arte Românica

Música Medieval

A música também recebeu grande influência da Igreja, haja vista o canto sacro, especialmente o gregoriano de Gregório Magno (Papa Gregório I), composto por vozes masculinas em formato de coral.

Contudo, enquanto o monge italiano Guido d'Arezzo cria a pauta de quatro linhas e escala musical, os trovadores e menestréis difundiam a música popular.

Os principais estilos musicais da época foram a música modal, a música polifônica, a ars antiqua e a ars nova, bem como as variações da música profana.

Por sua vez, os instrumentos musicais mais usados foram a Cítara, o Alaúde, a Harpa, as Flauta e os Tambores.

Literatura Medieval

A literatura medieval foi marcada pelo uso do latim na maioria dos textos, os quais repercutiam os temas religiosos e existenciais da moral cristã.

Contudo, as manifestações vernáculas em forma lírica e narrativa do século XII, romperam com essa tradição e marcaram o abandono do latim clássico.

Tem-se o surgimento da poesia trovadoresca, como nas canções de gesta, escárnio, de amor, de amizade, que marcaram o pensamento medieval até o aparecimento do Quinhentismo, em meados de 1418.

Para saber mais leia os artigos:

  • Literatura Medieval
  • Trovadorismo
  • Quinhentismo

Culinária Medieval

A culinária medieval é muito rica e se destaca pelo uso de especiarias como noz-moscada, canela, gengibre, cravo em pó, açafrão, utilizado na produção de molhos para carnes vermelhas, de aves e de peixes.

Apesar desta variedade, os alimentos mais consumidos eram os pães e cereais, bem como ensopados e caldos de batatas, pois a carne era um alimento muito valioso.

Ciência Medieval

Quanto aos aspectos científicos medievais, merecem destaque a Alquimia, de influência notadamente árabe, bem como a medicina, influenciada por médicos gregos e orientais.

Para saber mais: Renascimento Científico e Alquimia

Saiba sobre o feudalismo que marcou a Baixa Idade Média:

Qual era a importância da religião na produção cultural e intelectual dos árabes na idade média

  • Felipe
  • 10/02/2016
  • História
  • 153

1.qual o papel das bibliotecas na produção intelectual dos árabes? 2.em que medida a produção intelectual dos árabes se valeu de sua expansão territorial? 3.qual era a importância da religião na produção cultural e intelectual dos árabes na idade média?

por favor me ajudem! não entendo nada!


Responder!

Localizada entre o Mar Vermelho e o Golfo Pérsico, a Península Arábica foi o berço da civilização árabe. Os árabes, descendentes dos antigos povos semitas, dominaram essa região se dividindo em dois grandes grupos sócio-econômicos: os semitas, que viviam de forma nômade pelo deserto e criavam gado de pequeno porte; e os sedentários, que se dedicavam ao comércio nos centros urbanos da Península Arábica. No aspecto político, até o século VI, os árabes se organizavam de forma descentralizada. Divididos em cerca de 300 tribos, os árabes nunca consolidaram um tipo de instituição política unitária. Muitas dessas tribos guerreavam entre si de acordo com as disputas de interesses entre cada uma delas. Essa mesma falta de unidade também se manifestava no campo religioso, na idolatria a diferentes deuses, geralmente antropozoomórficos. A cidade de Meca era o grande centro de adoração religiosa da época, onde se localizava um templo chamado Kaaba. Na Kaaba se concentravam grande parte dos centros de adoração aos deuses árabes. Dessa maneira, Meca tornou-se um grande centro comercial devido os diversos sacrifícios e a grande quantidade de fiéis que atravessavam aquela cidade. Foi nessa época, em 570 que nasceu Maomé, um garoto pertencente a uma família de comerciantes da tribo coriaxita. Ao chegar à idade adulta, Maomé ingressou na organização das caravanas comerciais que seguiam viagem por diferentes pontos do Oriente Médio. Entrando, em contato com diferentes culturas, Maomé acabou conhecendo valores da cultura oriental e judaica. Em certa noite, ele teve a visão do anjo Gabriel que lhe contou sobre a existência de Alá, o único deus verdadeiro. Após receber a mensagem divina, Maomé passou a disseminar uma nova crença monoteísta: o Islamismo. Entre outros pontos, a nova religião condenava a idolatria politeísta aos deuses da Kaaba. Esse ponto da doutrina maometana desagradou os comerciantes de Meca, que dependiam dos lucros obtidos pelas atividades religiosas da cidade. Insatisfeitos com a pregação de Maomé, os comerciantes da cidade expulsaram o profeta e seus seguidores, que se instalaram na cidade de Iatreb (atual Medina). A fuga de Maomé para Iatreb, conhecida como Hégira, marcou o início do calendário islâmico. Depois de ampliar seu número de seguidores, Maomé organizou um grupo que invadiu e tomou controle da cidade de Meca. Depois de sua morte, em 632, o mundo árabe passou por um processo de expansão territorial justificado pela Jihad ou Guerra Santa. Segundo o princípio da Jihad, os fiéis seguidores do islamismo deveriam lutar contra os infiéis e disseminar os valores de sua fé pelo mundo.Tendo o Alcorão (ou Corão) como principal livro sagrado, os muçulmanos eram orientados a fazer cinco orações por dia com o rosto voltado para Meca, dar esmolas, jejuar durante o mês sagrado do Ramadã e visitar Meca, ao menos uma vez na vida. O controle do Império Islâmico foi passado aos califas, que deveriam descender diretamente da linhagem de Maomé. No século VIII, com a ascensão da dinastia Abássida a unidade política do mundo muçulmano foi quebrada com a formação de outros califados nas cidades de Córdoba, Bagdá e Cairo. Além desse processo de fragmentação política, houve o surgimento de duas correntes interpretativas do islamismo: os sunitas e xiitas. Os sunitas seguiam a Suna, um livro que conta a vida de Maomé. Os xiitas defendiam uma perspectiva política onde somente os descendentes diretos de Maomé deviam controlar os árabes. A consolidação do Império Árabe, além de marcar a história de seu povo, também trouxe mudanças significativas dentro do cenário europeu. Entre outros fatos, podemos destacar a incursão da cultura árabe na Península Ibérica e no Norte da África; e o domínio sob o comércio no mar Mediterrâneo, que contribuiu para o enfraquecimento das atividades comerciais européias durante a Idade Média. Por Rainer Sousa

Mestre em História

Publicado por Rainer Gonçalves Sousa