Por que as pessoas migram para as cidades

Legenda: Urbanização na América do Sul é particularmente intensa. No Brasil, grandes centros como São Paulo (foto) e Rio de Janeiro registram alta concentração demográfica. Foto: Fotos Públicas / Paulo Pinto

Reunidos no Chile em seminário que contou com a participação do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT), representantes da sociedade civil, de governo nacionais e da academia debateram até a última quinta-feira (21) o papel dos municípios na inclusão de migrantes que decidem viver em centros urbanos.

Atualmente, cerca de 3 milhões de pessoas por semana migram para cidades, principalmente em países em desenvolvimento. O contingente de pessoas morando em zonas urbanas — 3,4 bilhões de pessoas em 2009 — já representa mais de 51% da população mundial.

Direito à cidade está entrelaçado fundamentalmente aos fenômenos migratórios.

Até 2050, o número de moradores de cidades deve chegar a 6,3 bilhões. Na América Latina e Caribe, as cidades já abrigam cerca de 80% da população total da região.

Ao longo do evento, experiências em municípios diversos do Chile, Brasil, Equador, Argentina e Uruguai foram discutidas com base nos desafios envolvendo os direitos humanos de migrantes e as responsabilidades das prefeituras.

Especialistas destacaram que a América do Sul observa um processo de urbanização particularmente intenso na maioria de seus países, com uma alta concentração demográfica em grandes cidades, como Buenos Aires, Rio de Janeiro, Bogotá, Lima, Quito, Santiago e São Paulo — que adotou recentemente uma lei própria sobre migração e refúgio.

Durante os debates, o coordenador de desenvolvimento de projetos do ONU-HABITAT no escritório regional da agência em Bogotá, Roberto Lippi, ressaltou a necessidade de reduzir as desigualdades e a pobreza em contextos urbanos e de adotar modelos econômicos mais sustentáveis.

"São estes os temas que nos reúnem neste seminário, uma vez que o direito à cidade está entrelaçado fundamentalmente aos fenômenos migratórios — tanto os da cidade, como de seu entorno territorial e em escala nacional e internacional", explicou Lippi, que enfatizou a importância da Nova Agenda Urbana que está sendo elaborada pela comunidade internacional.

O seminário também contou com discussões sobre situações de emergência em áreas urbanos e as vulnerabilidades de migrantes em casos de crise. Episódios no Equador, Bolívia, Paraguai e Colômbia estavam entre as pautas.

O caso colombiano

Legenda: Crianças colombianas internamente deslocadas. Foto: ACNUR / S.Rich

Lippi explicou que, nos últimos 50 anos, o processo de urbanização da Colômbia foi marcado por três grandes fenômenos — o deslocamento forçado por diferentes conflitos internos, a pobreza rural associada ao êxodo de agricultores e a explosão demográfica observada essencialmente entre as populações urbanas.

"Consolidaram-se 41 cidades com mais de 100 mil habitantes e quatro com mais de 1 milhão, Bogotá, Medellín, Cali e Bucaramanga", explicou o representante do ONU-HABITAT.

Hoje, três em cada quatro colombianos vivem em centros urbanos e 85% do Produto Interno Bruto (PIB) do país vem das cidades.

Por que as pessoas migram para as cidades

Esse processo de migração ocorre devido a busca de qualidade de vida melhor nas áreas urbanas, por maior oferta de empregos, acesso aos serviços de saúde, serviços de educação, acesso a saneamento básico, entre outros fatores que influenciam no abandono da população das áreas rurais e se destinam a chegar nas áreas ...

O que é a migração campo cidade?

O movimento de migração campo-cidade implica no deslocamento de famílias de agricultores e principalmente os jovens para os centros urbanos, atualmente. No entanto, tais trabalhadores não são absorvidos pelo mundo do trabalho na mesma proporção em que são expulsos do campo.

O que levou as pessoas a migrarem para as cidades como eram as condições de vida na cidade?

Essa migração em massa para cidade por causa da oferta de empregos levou às cidades um crescimento desordenado, ocasionando a criação de moradias inadequadas, falta de saneamento básico, serviços de saúde e educação ineficientes, além da violência urbana e outros problemas.

Porque o homem do campo precisa dos produtos da cidade?

A cidade e o campo mantém uma relação em que o campo fornece matéria-prima para a cidade, que transforma essa matéria em produtos que serão comercializados. Ele também fornece alimentos e, geralmente, a energia da cidade, o que a torna muito dependente do campo, na maior parte dos casos.

Quais os movimentos migratórios do campo para a cidade?

  • Os movimentos migratórios do campo para a cidade se caracterizam por dois movimentos principais: O movimento de saída do campo (ou êxodo rural) e o movimento de retorno ou migração para o campo. De acordo com Gremaud (2002, p.

Qual a diferença entre imigração e imigração cidade-cidade?

  • Migração cidade-cidade – quando alguém se muda de uma cidade grande para outra cidade grande, por exemplo, do Rio de Janeiro para São Paulo. Diferença entre imigrante e emigrante. Quando uma pessoa está saindo de um local, dizemos que ela está emigrando.

Qual é o nome da migração?

  • Este é o nome que se dá ao processo que acontece quando pessoas se locomovem de um lugar para outro, não importando deque lugar estão saindo, nem para que lugar estão indo. Porém, existem diferentes tipos de migrações, que são classificadas de acordo com o lugar de onde a pessoa está saindo, para qual lugar está indo, o tempo dessa migração, etc.

Quando ocorre a migração permanente?

  • Migração permanente – quando a pessoa migra para outro local por muitos anos ou por um tempo indeterminado. Migração campo-cidade (ou êxodo rural) – acontece quando as pessoas saem de suas fazendas no campo para morar na cidade, onde têm mais oportunidades de emprego.

Migração é o deslocamento de pessoas de uma determinada cidade, estado ou país (migração internacional) para outro local. Essa mudança pode ser definitiva ou temporária, voluntária ou forçada, individual ou em grandes fluxos.

As pessoas migram pelos mais distintos motivos, desde guerras, perseguição religiosa, conflitos étnicos, perseguição política e ideológica ou simplesmente porque buscam condições melhores de vida em outra localidade. Essas condições podem estar relacionadas com trabalho, estudo, saúde, bem-estar, entre outros fatores, e são os maiores motivadores para as migrações na atualidade.

Tipos de migração

  • Migração pendular: é um fenômeno que não se trata propriamente de uma migração, pois é uma transferência momentânea, diária. É caracterizada pelo deslocamento diário de pessoas para estudar ou trabalhar em outra cidade, estado ou país. Ocorre comumente nas regiões metropolitanas.

  • Transumância: nesse tipo de migração, um grupo de pessoas muda de cidade, estado ou país por um determinado período, geralmente alguns meses, e continua tendo como referência de moradia o local de origem. É o caso de trabalhadores rurais que vão todos os anos para outros estados trabalhar no corte de cana-de-açúcar, por exemplo, e, encerrado o período de colheita, retornam para seus estados de origem.

  • Êxodo rural: é o deslocamento de pessoas do campo para as cidades. Essa mudança é permanente e, geralmente, ocorre porque os habitantes do campo buscam na cidade melhores condições de vida. Entretanto, essa migração pode ser involuntária, quando acontece, por exemplo, em decorrência da mecanização do trabalho no campo.

  • Êxodo urbano: é mais raro de acontecer, mas é o oposto do êxodo rural. Acontece quando pessoas que vivem na zona urbana (cidades) mudam para a zona rural (campo).

  • Nomadismo: apesar de ser muito rara na atualidade, essa modalidade de migração é caracterizada pela ausência de fixação permanente. As pessoas nômades mudam de lugar periodicamente e não estabelecem moradia fixa em nenhum lugar.

  • Diáspora: é a rápida dispersão de um grupo populacional de um território. Em geral, essa migração é involuntária ou forçada. Temos como exemplos mais expressivos a diáspora africana (ocorrida por força da escravidão colonial) e a diáspora judaica (expulsão dos judeus da Palestina pelo Império Romano).

As migrações, independentemente das classificações, possuem papel preponderante na organização do espaço, nas relações sociais e na construção da cultura. As pessoas, quando migram, carregam consigo todos os elementos que a constituíram, como sua história, memória e cultura. Ao chegar ao novo local de moradia, esses elementos interagem com a cultura e história locais e daí surgem novos e ricos tipos de relações entre as pessoas e das pessoas com o espaço vivido.