O processo inflacionário que se caracteriza pelo movimento contínuo dos preços denomina se

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Saber as diferenças entre inflação e deflação, além do significado de outros termos econômicos, é sempre importante para compreendermos o que está acontecendo no nosso cotidiano. E como as questões econômicas influenciam nosso modo de vida.

A maioria das pessoas já conhece o termo “inflação” e até sabe superficialmente o que significa. O termo é sempre lembrado nos momentos de crise econômica e quando há o aumento dos valores dos produtos e serviços. Mas, e o que seria a deflação?

Continue a leitura do artigo, saiba mais sobre esses dois termos econômicos e conheça brevemente alguns dos demais conceitos relacionados ao assunto!

O que é inflação?

A inflação já é uma figura bem conhecida entre os brasileiros. Muitas pessoas sabem o quanto foram difíceis as décadas de 1980 e início dos anos 1990, nas quais os valores dos produtos sofriam reajustes a todo momento. Os preços estabelecidos mudavam diariamente e, em alguns casos, mais de uma vez por dia.

Nessa época, as pessoas não tinham noção do quanto gastariam no supermercado, os empregadores perdiam a noção do quanto deviam pagar aos seus funcionários, dentre outros problemas decorrentes. Por mais que esse período “sombrio” tenha passado, alguns resquícios ainda persistem.

A inflação, portanto, é uma fenômeno no qual há uma alta generalizada e persistente dos preços de produtos e serviços. Não confunda isso com a mera oscilação de preço, o que é comum e apenas reflete os movimentos do mercado.

Logo, quando a taxa de inflação sobe, a população em geral terá um gasto maior para adquirir os mesmos produtos que consumia antes. Assim, se a inflação for de 10% ao ano, sua compra no supermercado que antes era de R$100 passaria a ser R$110, simplificando.

Ou seja, podemos dizer que a inflação faz você perder seu poder de compra. Além disso, esse fenômeno faz o dinheiro ser cada vez mais desvalorizado.

Você mesmo pode perceber isso. Por exemplo, antigamente era possível comprar muitos mais produtos com uma nota de R$50. Hoje em dia, você provavelmente adquire muito menos itens com esse mesmo valor.

Como ocorre a inflação?

A inflação pode acontecer por diversos fatores, não se esgotando em apenas alguns exemplos, por se tratar de um fenômeno complexo. Um dos mais comuns, para ilustrar, são os gastos públicos realizados de forma equivocada.

Quando o governo gasta mais do que arrecada, a inflação surge por conta de medidas aplicadas para tentar conter o nível total da dívida, como aumentar a arrecadação de impostos. Esta decisão gera uma alta nos preços dos produtos e serviços.

Outro fator que contribui é quando há aumento no custo da produção de bens. Se aumentam os custos, o preço final do produto encarece e é passado para o consumidor.

Um terceiro fator que pode causar inflação é a baixa produção, que causa um desequilíbrio na relação entre oferta e demanda. Quando falta um produto que as pessoas demandam muito, o preço tende a subir.

Logo, as consequências desse fenômeno são: perda do poder de compra e aumento absurdo no valor dos produtos.

O que é hiperinflação?

Além da inflação, temos a hiperinflação, que nada mais é do que uma inflação fora de controle, atingindo níveis elevadíssimos.

Nesse cenário, o que ocorre é um encarecimento rápido e exagerado dos produtos e uma desvalorização acentuada da moeda. Em geral, esse cenário é acompanhado por um momento de recessão.

Um caso recente de hiperinflação aqui na América Latina é a recente crise que ocorreu na Venezuela. No Brasil, a hiperinflação veio acompanhada por diversas trocas de moeda.

O que é deflação?

Se a inflação é ruim, a deflação seria algo bom? Na verdade, é ruim também, mas de forma completamente diferente. A deflação acontece quando há queda nos preços das mercadorias por falta de consumidores.

Ou seja, quando as empresas não conseguem vender seus produtos como antes, mesmo a preços menores, elas são obrigadas a diminuir o ritmo da sua produção e demitir funcionários. Isso porque, como não vendem bem, seu faturamento e lucro diminuem igualmente.

As consequências disso levam a uma alta taxa de desemprego e uma diminuição no nível geral de consumo. Assim, a oferta de produtos e serviços aumentam, mas não há demanda. O resultado é que muitos bens e serviços são disponibilizados a preços muito menores do que em momentos anteriores. Há, portanto, um desequilíbrio no eixo oferta x demanda.

Como ocorre a deflação?

Um momento de deflação pode acontecer pela baixa oferta da moeda. Ou seja, quando há uma diminuição da circulação da moeda, seja por juros altos ou falta de investimentos. Sem dinheiro circulando, a economia não se movimenta, as empresas não lucram e os investimentos não ficam atraentes.

Isso afeta todos os setores da economia, desde o pequeno agricultor até as grandes fabricantes de produtos com alto valor agregado. Uma deflação prolongada pode indicar que o país está passando por uma recessão, que é uma fase na qual há contração do ciclo econômico.

Na recessão, há queda do nível de produção, aumento do desemprego, diminui a renda familiar, redução do lucro, aumento do número de falências, queda nos investimentos, dentre outras consequências. Na recessão, há diminuição geral da atividade econômica como um todo.

Inflação ou deflação: o que é pior?

Inflação e deflação são vistos como opostos por alguns especialistas, mas continuam sendo igualmente ruins. Entretanto, a maioria dos economistas acreditam que um cenário de hiperinflação é mais fácil de enfrentar do que um de deflação, mesmo que as consequências macroeconômicas, em ambos os casos, sejam parecidos.

Isso se dá pelo fato de que há mecanismos que funcionam melhor em momentos de inflação, que é o caso de políticas de correção monetária. Inclusive, isso aconteceu no Brasil antes do plano real em 1994.

Vale comentar que, para barrar a deflação, é necessário gerar alguma inflação, pelo fato de que deve-se injetar dinheiro na economia, dentre outras ações.

Quais outros termos econômicos que existem?

Inflação e deflação são os termos mais conhecidos. Mas é bom ter claros também os conceitos de estagflação, desinflação e reflação, para que não haja confusões.

Estagflação

A estagflação ocorre quando há simultaneamente estagnação econômica ou recessão e uma alta taxa de inflação. Esse cenário é incomum no funcionamento da economia pois, quando há baixa atividade econômica, geralmente há queda na inflação devido à diminuição da demanda.

Desinflação

A desinflação aparece quando há uma diminuição na inflação. Ou seja, ocorre uma subida nos preços dos produtos e serviços, só que menos do que era esperado. Muitos confundem com deflação, mas trata-se de fenômenos distintos.

Lembre-se: na deflação, o movimento é de queda nos preços. Na inflação, há o aumento generalizado e constante dos valores. Na desinflação, o preço aumenta, mas em menor percentual do que era apresentado ou esperado para determinado momento.

Reflação

A reflação acontece quando há uma estimulação da economia por meio do aumento do papel moeda e redução de taxas e/ou impostos. Ocorre quando o governo utiliza-se de estímulos fiscais ou monetários para expandir a produção e o rendimento no país.

Conclusão

Inflação e deflação são dois fenômenos econômicos que apresentam características semelhantes, apesar de serem praticamente opostos. Entretanto, vale sempre ter em mente que ambos são ruins para a economia e podem trazer consequências negativas para a população.

E você, o que achou deste conteúdo? Confira agora o que é memória inflacionária e descubra se ela afeta o seu dia a dia!

A inflação é um dos termos sobre economia mais falados no dia-a-dia. Além disso, os efeitos dela são facilmente sentidos pela população em geral, mas muitas pessoas não compreendem como ela funciona e o que faz ela subir, como a alta do dólar.

Controlar a inflação é um dos objetivos da imensa maioria dos países. O Brasil, ao longo dos anos teve problemas com essa questão, mas passou por melhorias após o Plano Real. Nesse contexto, é importante além de conhecer as causas, saber formas de se defender em situações de alta desse índice.

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O que é inflação?

A inflação é o índice que apresenta o aumento de preços de bens e serviços. É importante destacar, contudo, que esse importante conceito não diz respeito ao aumento de apenas um bem ou serviço específico, e sim a uma média da maioria dos produtos e serviços consumidos ao longo de determinado período.

O conjunto de bens e serviços incluídos nessa lista é chamado de cesta de produtos. Cada índice de inflação usa uma cesta diferente para mensuração do cálculo inflacionário. Além disso, cada índice possui um foco diferente, dessa forma há índices para análise mais geral dos preços da economia, como índices para análises setoriais.

A cesta de produtos analisadas pode ser alterada a depender da mudança de hábitos no consumo da população.

Além disso, o cálculo da inflação é feito de forma ponderada com relação ao peso que cada item possui no orçamento das famílias. Ou seja, os índices não contabilizam somente a variação absoluta dos preços de cada item, mas também a relevância que cada item possui no consumo da população em questão.

Para ilustrar a ponderação de cada item nos índices de inflação, consideremos que em determinado período houve aumento de 1% no preço do arroz. Além disso, houve um aumento da mesma magnitude nos serviços de streaming.

Nesse cenário, o impacto do aumento do arroz será maior no índice de inflação, dado o peso que esse item possui no orçamento das famílias brasileiras.

Tipos de inflação

O processo inflacionário que se caracteriza pelo movimento contínuo dos preços denomina se

A inflação em determinado país pode ter diagnósticos distintos, como uma pressão na demanda ou um aumento dos custos. Há outros tipos, como a inflação inercial e a hiperinflação. Esses são mais comuns em países que têm ou tiveram maiores problemas com esse índice.

Inflação de demanda

Em linhas gerais, a inflação de demanda é aquela cujo diagnóstico da alta da inflação é um aumento da demanda maior que o aumento da oferta em determinado país. Esse tipo de inflação é mais comum em situação na qual há uma expansão do PIB da economia em questão.

Com a economia em expansão, o efeito imediato é um aumento dos investimentos, redução do desemprego e consequentemente elevação dos salários. Esse fator gera um aumento da demanda agregada. Caso a oferta agregada não consiga acompanhar o ritmo do aumento da demanda, acarretará em uma inflação de demanda.

Inflação de custos

A inflação de custos, em suma, ocorre quando a demanda de determinada economia permanece constante, mas os custos de produção dos empresários aumentam. Esse tipo de inflação pode ser gerado pelo aumento de qualquer um dos custos de produção como: salários, insumos ou impostos.

Com o aumento dos custos de produção, a reação dos produtores é reduzir a oferta de bens no mercado. Com a redução da oferta, os bens em questão ficam com preço mais elevado para o consumidor final. Portanto, nesse cenário, a economia desse país irá se deparar com uma inflação de custos.

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Inflação inercial

A inflação inercial é um diagnóstico menos difundido da inflação, todavia tem um caráter explicativo importante, sobretudo no caso brasileiro. A inflação inercial se refere à memória inflacionária. Ou seja, a inflação atual é decorrente do índice passado somado a expectativa de inflação futura.

Esse tipo de inflação não guarda qualquer relação com aumento da demanda ou dos custos nesse economia. Ela é decorrente, além do medo da inflação futura, da indexação dos preços da economia. Portanto, em uma economia onde os preços são reajustados automaticamente de um período para outro, há a ocorrência de inflação inercial.

Hiperinflação

A hiperinflação é um nível de inflação considerado muito acima do tolerável. Não há uma métrica pré-determinada de quando o país atinge a hiperinflação, mas, em geral, quando uma economia atinge a hiperinflação considera-se que a inflação está fora de controle.

Além da alta elevada dos preços, esse cenário tende a gerar uma forte desvalorização da moeda local e pode gerar recessão econômica. A hiperinflação é um fenômeno menos comum nos dias atuais, mas já atingiu diferentes países ao redor do mundo. Seja no Brasil durante a década de 1980 ou o caso clássico da Alemanha no início da década de 1920, após a Primeira Guerra Mundial.

Causas da inflação

A partir dos tipos de inflação apresentados acima, é possível inferir quais as causas da inflação. A inflação de demanda, por exemplo, pode ter vários fatos geradores. Normalmente, esses geradores da inflação de demanda estão atrelados a estímulos a economia que não conseguem fazer com que a oferta de produtos tenha o mesmo ritmo.

Nesse contexto, duas medidas da autoridade monetária pode influenciar negativamente esse índice, as quais são:

  • Emissão de papel-moeda;
  • Redução da taxa básica de juros

Emissão de moeda

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A emissão de papel-moeda injeta mais liquidez na economia e como consequência tende a elevar a demanda por bens e serviços. Essa elevação na demanda ocorre, porque a emissão faz com que haja mais moeda na economia do que o necessário para o nível de transações.

Dessa forma, a emissão de moeda gera um estímulo à economia que não é acompanhado pela oferta de bens e serviços. Esse descompasso entre oferta e demanda, gera efeitos negativos com relação à inflação.

A emissão de moeda normalmente é um recurso utilizado pelos governos em situações de déficit público. Dessa forma, é possível afirmar também que indiretamente os déficit públicos são causas da inflação.

Taxa de juros e crédito

Outro medida que pode ter efeitos negativos com relação à inflação, é a queda da taxa de juros. A redução nos juros é comumente utilizada para estimular a economia. Normalmente, é usada visando aumentar o crédito produtivo. Dessa forma, as empresas investiriam mais e a economia do país poderia entrar em uma trajetória de crescimento.

Todavia, a queda nos juros também pode gerar um aumento maior no consumo via crédito. Nesse caso, haveria também um desnível entre oferta e demanda. Ou seja, com o aumento do consumo não acompanhado por aumento da oferta, haverá uma alta nos preços.

Outro fator que pode ser relacionado às causas da inflação é o aumento nos custos de produção, o qual ocasiona, por consequência, aumento os preços finais ao consumidor. Dessa forma, se o preço dos insumos que as empresas aumentam, os seus custos de produção tenderão também a aumentar e, com isso, essa diferença é repassada ao consumidor final na forma de aumento dos preços.

O aumento nos custos pode ser algo pontual, como um problema em uma safra devido ao clima ou de caráter mais estrutural como aumento nos impostos. O horizonte temporal da inflação tanto de custo quanto de demanda depende da intensidade da causa do efeito inflacionário.

Em situações de déficits públicos recorrentes, é possível afirmar que isso está afetando os índices de inflação no longo prazo. Todavia, um aumento nos preços derivado de um aumento pontual nos custos ou do aumento temporal da demanda de determinado bem tendem a vigorar apenas no curto prazo.

Como a inflação afeta a economia?

Os impactos da inflação na economia funcionam como um efeito em cadeia. Em um primeiro momento, a inflação reduz o poder de compra da população em geral. Isso ocorre porque devido à alta nos preços, o mesmo salário passa a comprar uma cesta de produtos menor.

Por mais, que geralmente haja reajustes salariais todos os anos, esses reajustes não são realizados ao mesmo tempo em que os preços são reajustados. Dessa forma, invariavelmente a inflação gerará uma perda real de consumo, em algum momento.

A queda no poder de compra gera uma redução geral no consumo. A redução do consumo também reduz a expectativa de vendas das empresas, dado que o mercado consumidor está sofrendo os efeitos negativos da economia. Dessa forma, após gerar uma queda no consumo, a inflação tende a gerar uma queda nos investimentos.

A queda no consumo e na taxa de investimento gerará impactos negativos no PIB do país em questão. Os principais componentes do PIB de um país são: consumo das famílias, investimento privado, gastos públicos e saldo da balança comercial. Com consumo e investimento sofrendo uma queda, provavelmente haverá uma queda no crescimento econômico.

Além disso, a inflação mais alta tende a ter impactos negativos na economia pública também. A remuneração dos títulos públicos estão diretamente relacionadas á inflação. Pois, além de remunerar um diferencial de risco em relação à moeda, essa taxa tem que compensar a inflação corrente.

Portanto, quanto maior a inflação, maiores serão os gastos do governo para se financiar. Dessa forma, com o crescimento dos gastos com serviços da dívida pública, a recorrência de déficits públicos pode ser facilitada.

Os rendimentos de investimentos financeiros também não são imunes aos efeitos da inflação. O rendimento real de um ativo deve ser calculado subtraindo do rendimento bruto a taxa de inflação, chegando ao rendimento líquido. O rendimento líquido de um investimento é o que representa o aumento real no poder de compra do investidor.

Ao passo que a economia está vivendo um processo de alta inflação, os rendimentos reais se tornarão cada vez menores. Dessa forma, apesar dos ativos financeiros serem um bom mecanismo de defesa da inflação, os rendimentos derivados desses investimentos não estão imunes aos efeitos inflacionários.

Índices de inflação

Há vários índices que medem a inflação. Cada um possui alguma especificidade com relação a abrangência ou então são direcionados para preços de um determinado setor da economia ou de determinada cidade ou região.

Dentre esses índices há dois que possuem um maior destaque no Brasil: IPCA e IGPM.

IPCA

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o principal índice de inflação para o Brasil. Esse índice inclusive é utilizado como índice oficial da inflação no Brasil. Ele é a referência para traçar as metas de inflação, bem como para as alterações na taxa de juros.

O IPCA é calculado mensalmente pelo IBGE. O cálculo é realizado do primeiro ao último dia de cada mês a partir da cesta de consumo pré-determinada. Além disso, esse índice abrange as famílias que ganham de 1 a 40 salários mínimos. Essa abrangência faz com que o IPCA seja um índice mais geral da economia.

As áreas de medição do custo de vida são as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba e Porto Alegre. Além dessas regiões, são levadas em conta na análise Brasília e as cidades de Goiânia e Campo Grande.

A cesta de consumo analisada é escolhida a partir da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada pelo próprio IBGE. Tanto a lista quanto o peso de cada produto pode variar ao longo dos anos a depender dos hábitos de consumo da população. Os grupos de produtos e bens analisados e o peso de cada um em 2019 pode ser visto na tabela abaixo:

Bens e serviços no IPCA (Por participação %)
Alimentação e bebidas 24,63%
Habitação 16,16%
Artigos de Residência 3,93%
Vestuário 5,62%
Transportes 18,14%
Saúde e cuidados pessoais 12,21%
Despesas pessoais 10,86%
Educação 5,01%
Comunicação 3,44%

IGP-M

O processo inflacionário que se caracteriza pelo movimento contínuo dos preços denomina se

Outro índice de inflação que também é muito utilizado é o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M). Esse índice é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O IGP-M é composto por outros três índices e cada índice possui um peso específico na formação do IGP-M:

O IGP-M também é calculado de forma mensal. Esse índice foi criado na década de 1980 por solicitação do setor empresarial, sobretudo do setor financeiro. Dado o período de alta inflação no Brasil e mudanças recorrentes no índices oficiais, eles solicitaram a criação de um índice com maior independência.

Na atualidade, o IGP-M é mais utilizado para reajustes de contrato de alugueis, seguros de saúde e tarifas públicas.

Além desses dois índices há outros índices que são menos utilizados como o INPC, que realiza uma pesquisa similar ao IPCA mas com menor abrangência, sendo a medição da inflação apenas para famílias que recebem de 1 a 5 salários mínimos. Há também o IPP, índice de preços ao produtor, voltado sobretudo para a indústria.

Como é feito o controle da inflação?

O controle da inflação é uma das metas institucionais do Banco Central do Brasil e da maioria dos países do mundo. Em geral, as medidas utilizadas para controle da inflação são no âmbito das políticas monetárias. Todavia, o governo e o BACEN não consegue exercer controle total sobre a inflação.

Por exemplo, considere que em um dado setor industrial os custos sejam em grande parte dolarizados. Dessa forma, uma alta na cotação do dólar pode gerar um aumentos nos custos de produção e inflação. Esse fato seria um efeito exógeno à política interna.

Todavia o governo pode adotar medidas que possibilitem minimizar os efeitos da inflação. No caso da inflação de demanda, o mais comum é tomar que medidas que visem arrefecer o nível de consumo. Sendo assim, nessas ocasiões o Banco Central costuma adotar política monetária restritiva e aumentar a taxa básica de juros.

O aumento na taxa de juros dificulta o acesso a empréstimos e financiamentos, sendo assim tende a reduzir o consumo. Esse tipo de política, portanto, possui a capacidade de controlar a inflação.

Outras medidas que podem ser tomadas para arrefecer a demanda são medidas para reduzir a quantidade de moeda disponível na economia. Geralmente, essa política é efetivada a partir da venda de títulos públicos em posse do Banco Central no mercado aberto.

No caso da inflação de custos, a atuação do governo é um pouco mais difícil. Dado que o governo até pode atuar nos preços dos setores controlados, apesar de nem esse tipo de intervenção ser recomendável. Dessa forma, a única medida possível para o governo conter esse tipo de inflação é a redução de impostos nos focos dos aumentos de preço.

Todavia, nem sempre a redução dos impostos é suficiente para conter a questão inflacionária, pois ela pode ser decorrente de um problema com maior abrangência. Portanto, nesse tipo de inflação o combate se mostra ainda mais árduo.

Histórico da inflação no Brasil

O processo inflacionário que se caracteriza pelo movimento contínuo dos preços denomina se
A questão inflacionária no Brasil é um problema antigo que remonta até a República Velha ou até mesmo os tempos do império. Os problemas com alta inflação não são exclusividade brasileira, até mesmo os países desenvolvidos já tiveram grandes problemas desse tipo, sobretudo em períodos de Guerra.

Os problemas de alta inflação no Brasil podem ser inferidos pela quantidade de planos de estabilização realizados no país entre a década de 1960 e 1990. São eles:

  • Plano Trienal;
  • PAEG;
  • Plano Cruzado;
  • Plano Bresser;
  • Plano Verão;
  • Plano Collor;
  • Plano Real;

O processo inflacionário brasileiro vive o seu pior momento durante a década de 1980. Década na qual o país chegou a vivenciar um período de hiperinflação. Os planos Cruzado, Bresser e Verão realizados nessa época não obtiveram sucesso em controlar a espiral inflacionária que o Brasil vivia.

Nesse período, o Brasil experimentou altas taxas de inflação e queda no crescimento da economia. Dentre os muitos diagnósticos da inflação nesse período, um deles era o da inflação inercial. Como a memória inflacionária brasileira era muito alta e havia uma série de preços indexados havia um efeito em espiral da inflação.

Ou seja, o fato de ter havido inflação no passado e a perspectiva de que esse processo não fosse cessado era uma das razões para continuação das altas taxas de inflação. Essa lógica passa a mudar a partir da execução do Plano Real em 1994.

A partir do Plano Real, o Brasil passa a atuar com taxas mais controladas de inflação. E essa busca pelo controle inflacionário é institucionalizada com a criação do tripé macroeconômico em 1999, no qual as metas de inflação passam a ser um dos pilares de manutenção da política econômica do governo.

No caso brasileiro, a meta de inflação é feita de forma anual, na qual há o centro da meta e existe um intervalo de tolerância para cima e para baixo. Caso a inflação ultrapasse o intervalo de tolerância, a autoridade monetária deve prestar esclarecimentos sobre os motivos para a meta não ter sido alcançada.

Metas de inflação e inflação efetiva (%)
1999 8 8,94
2000 6 5,97
2001 4 7,67
2002 3,5 12,53
2003 4 9,3
2004 5,5 7,6
2005 4,5 5,69
2006 4,5 3,14
2007 4,5 4,46
2008 4,5 5,9
2009 4,5 4,31
2010 4,5 5,91
2011 4,5 6,5
2012 4,5 5,84
2013 4,5 5,91
2014 4,5 6,41
2015 4,5 10,67
2016 4,5 6,29
2017 4,5 2,95
2018 4,5 3,75

Como é possível verificar na tabela acima, desde a instituição das metas de inflação em 1999, o Brasil tem inflação acumulada relativamente sobre controle. Salvo em raras exceções nesse período, o Brasil esteve ao mínimo dentro do intervalo de tolerância da meta inflacionária.

O que é a deflação?

A deflação é o efeito inverso da inflação nos preços. Ou seja, a deflação é verificada quando há uma queda nos preços da economia. Apesar de alta inflação ser um fator negativo, a deflação também pode gerar efeitos tão negativos quanto a inflação na economia de um país.

Por que a deflação ocorre?

A deflação pode ser gerada por alguns fatores, um deles é o aumento da oferta maior que a demanda. Nesse caso, há excesso de bens na economia e os produtores são levados a baixar seus preços.

Contudo, outro fato que pode ser gerador da deflação é uma queda na demanda. A queda na demanda geraria efeito similar ao aumento da oferta, haveria mais produtos no mercado do que compradores com potencial para compra-los.

Uma queda na demanda e consequentemente ocorrência da deflação pode ser um dos primeiros sinais de uma recessão econômica. A queda na demanda nos preços pode gerar uma queda na produção, a qual por sua vez geraria um aumento no desemprego. Dessa forma, desencadearia um efeito em cadeia e a economia entraria em uma trajetória descendente.

Outro fator que pode gerar deflação é uma queda generalizada dos custos de produção, o que ocasionaria uma deflação de custos. Todavia, apesar de possível, esse movimento na economia é bastante incomum.

Dessa forma, assim como a inflação alta, a deflação também é prejudicial para a economia. O Brasil teve apenas episódios pontuais de deflação em sua história, o mais famoso durante a década de 1930 sob o Governo Getúlio Vargas após a Grande Depressão de 1929.

Em relação à inflação e deflação, o ideal para um país é ter uma inflação controlada. Ou seja, executar políticas para que a inflação oscile dentro do menor intervalo possível. Essa estabilidade diminui a incerteza acerca daquela economia e gera maior segurança para a realização de investimentos.

Como se proteger da inflação?

Apesar do aumento nos preços impactar praticamente todos os setores da sociedade, é possível tomar medidas que gerem uma proteção contra a inflação. Há caminhos mais simples como o pagamento da cota única de impostos como IPTU e IPVA ou pagamento em parcela única de mensalidades escolares.

Contudo, esse tipo de medida nem sempre é possível, seja por disponibilidade de renda para pagamento de uma parcela anual única ou até mesmo pelo desconto não valer a pena. Dessa forma, o melhor caminho para minimizar os efeitos sentidos pela inflação é parar de guardar dinheiro em casa e fazer investimentos que possibilitem rendimento acima da inflação.

Em geral, há uma gama de ativos financeiros que possibilitam alcançar esse tipo de objetivo. Ativos de renda fixa, por exemplo, costumam levar o índice inflacionário em questão. Em alguns caso isso é feito de forma direta, como em títulos do tesouro nacional que possuem sua rentabilidade diretamente atrelada aos índices de inflação.

Mas também caso que isso ocorre de forma indireta, por exemplo nos casos em que os ativos são remunerados pela taxa Selic. A fixação da meta para a taxa básica de juros é realizada levando o índice inflacionário em questão. Dessa forma, investimentos desse tipo também servem para se proteger contra uma alta inflacionária.

Dessa forma, apesar dos ganhos reais dos investimentos em ativos financeiros também serem afetados pela inflação, a rentabilidade desse tipo de ativo contribui para a proteção nesse cenário. Em alguns casos, a inflação pode gerar até mesmo maiores ganhos a depender do ativo em questão.

Portanto, a boa compreensão sobre a inflação é imprescindível tanto para um melhor entendimento de economia mas também para traçar horizontes de investimentos. Além disso, entender a lógica desse índice pode contribuir também para compreender o ritmo da economia, dado que a depender da causa da inflação, ela pode funcionar como um termômetro da economia.

Perguntas Frequentes sobre Inflação

O que é inflação?

A inflação é o índice que apresenta o aumento de preços de bens e serviços. É importante destacar, contudo, que esse importante conceito não diz respeito ao aumento de apenas um bem ou serviço específico, e sim a uma média ponderada da maioria dos produtos e serviços consumidos ao longo de determinado período.

Para que serve a meta de inflação?

A meta de inflação serve como uma forma de coordenar as expectativas dos agentes econômicos sobre a inflação futura. Dessa forma, com o Banco Central realizando as políticas monetárias a fim de alcançar a meta, passa uma maior tranquilidade para os consumidores e investidores.

Quem define as metas de inflação e quem as executa?

As metas de inflação são definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CNM), o qual é formado pelo Presidente do Banco Central, pelo Ministro da Economia e pelo Secretário Especial de Fazenda do Ministério da Economia. A execução das metas de inflação fica a cargo do Banco Central.

Qual o papel do governo sobre a inflação?

O governo não possui total controle sobre a inflação. Todavia, ele pode utilizar instrumentos de política monetária para influenciar esse índice. Em um cenário de inflação de demanda o governo pode realizar política monetária restritiva aumentando juros e reduzindo a liquidez da economia com o objetivo conter a inflação.

Qual é o índice utilizado pelo governo para definição da meta de inflação?

O índice utilizado pelo governo para definir a meta de inflação é IPCA. Esse índice é calculado mensalmente e é feito baseado em uma cesta de produtos pré-determinada. O peso de cada item dessa cesta no índice é ponderado pela sua participação no consumo da população.

IMF (International Monetary Fund)