O que a ufologia estuda

– Pedro Piccinini/Mundo Estranho

1) FORMAÇÃO PRÁTICA
Qualquer um pode ser ufólogo, mas não existe curso. O comum é ter outra profissão e investigar óvnis no tempo livre. Na pesquisa, são usados conhecimentos de áreas como física e astronomia. O procedimento parece uma perícia criminal, com entrevistas, coleta e exame de materiais e emissão de um laudo.

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2) PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS
O ufólogo geralmente investiga casos de avistamentos relatados por outras pessoas e não vivenciados por ele mesmo. Ao receber um relato de avistamento, o ufólogo instrui a testemunha a isolar o local e não permitir acesso ao ninho (local do pouso do UFO). Como são fenômenos desconhecidos, eles medem a radioatividade, a variação de eletricidade estática e o magnetismo. Tudo precisa ser manipulado com luvas.

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  • Os buracos negros são vorazes devoradores

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3) DOCUMENTAÇÃO
Testemunhas são entrevistadas e evidências registradas. Eventuais provas materiais são fotografadas de vários ângulos, assim como o local do pouso, do qual também é feito um desenho, que irá receber anotações de GPS. Marcas no solo são documentadas com moldes de gesso.

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4) MATERIAL DE COLETA
O ufólogo recolhe amostras de terra e de vegetação até fora do ninho. Tudo é recolhido com cuidado e acondicionado em sacos e frascos. As amostras são encaminhadas a laboratórios (como de cooperativas agrícolas e universidades), onde são feitos exames para encontrar alterações físicas, químicas e biológicas.

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  • Amor no laboratório

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5) LAUDO FINAL
Com os resultados das análises e após apurar todas as informações no local do avistamento, o ufólogo cria um relatório que irá atestar ou refutar a legitimidade do avistamento. Ao contrário do que se acredita, os ufólogos prezam pelo rigor científico: a maior parte dos casos são refutados, especialmente pela falta de evidência concreta. O laudo é enviado a quem fez o relato inicial e compartilhado com colegas – a ufologia preza a divulgação do conhecimento.

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6) FAÇA PARTE
Entrar em contato com organizações de pesquisa ufológica é a melhor maneira de iniciar investigações. Conheça alguns dos grupos mais respeitados pela comunidade:
– Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores
– Centro Sobralense de Pesquisas Ufológicas
– Grupo de Estudos Ufológicos da Baixada Santista
– Movimento Gaúcho de Ufologia (MGU)

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CONSULTORIA Ademar Gevaerd, ufólogo do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores e editor da revista UFO, Paulo Aníbal Mesquita, ufólogo, Roger Marsh, ufólogo, escritor e cineasta da Mutual UFO Network, e Hernán Mosttajo, historiador do Museu Internacional de Ufologia, História e Ciência

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Leandro Steiw

Em novembro de 1977, o primeiro-ministro de Granada, Eric Matthew Gairy, sugeriu a criação de uma agência na Organização das Nações Unidas (ONU) para coordenar os estudos mundiais sobre o fenômeno óvni. A proposta foi adiante e, um ano depois, foi constituído um grupo de trabalho, formado, entre outros, pelos astrofísicos Josef Allen Hynek e Jacques Vallée, pelo engenheiro Claude Poher e pelo astronauta Leroy Gordon Cooper Jr. Pela primeira vez na curta história da ufologia, objetos voadores não-identificados seriam estudados com o aval de uma instituição digna de crédito no mundo todo. Mas os Estados Unidos não gostaram muito da idéia e avisaram que não financiariam qualquer investigação oficial sobre óvnis. Sem o apoio e a grana da maior economia do planeta, a idéia foi engavetada. E ficou uma pergunta no ar: se a ONU tomasse a frente desses estudos, a ufologia seria levada mais a sério?

O estudo de óvnis é um campo minado, no qual os cientistas evitam pisar para não explodir a própria reputação. A maioria dos acadêmicos considera a ufologia uma pseudociência, ou seja, um trabalho destituído do rigor da metodologia científica. Para piorar, dezenas de charlatões tomaram conta das pesquisas ufológicas, com a intenção de explorar a boa-fé das pessoas. Mas há cientistas, com formação acadêmica e reconhecimento público, que adotaram a ufologia como sua especialidade. Como identificar quem é quem no meio desse balaio de gatos?

Primeiro, é preciso entender o conceito. A ufologia investiga o fenômeno óvni – qualquer objeto visto no céu que não possa ser identificado ao primeiro olhar. A hipótese extraterrestre é apenas uma das possibilidades a serem investigadas. “Este é o principal problema da ufologia: a maioria dos próprios ufólogos”, diz Rogério Chola, ombudsman da revista UFO. “Eles são os responsáveis por perpetuar os paradigmas de que óvni é o mesmo que nave extraterrestre.”

Esqueça os preconceitos

Os óvnis realmente existem. Pode ser um avião passando entre as nuvens, uma estrela brilhante, um meteoro, um satélite artificial, um balão meteorológico, pássaros. Pode ser um punhado de coisas banais que normalmente não tomariam a sua atenção, mas que, por terem aparecido em condições desfavoráveis – escuridão, neblina, distância –, não puderam ser identificadas de imediato. Os pilotos de aviões comerciais e militares freqüentemente encontram objetos desconhecidos no céu e relatam como óvnis. O papel dos ufólogos é este: buscar uma explicação para os fenômenos. “Se nenhuma dessas hipóteses explicar ou reproduzir o fenômeno, então o objeto continua sendo um óvni. Claro que a hipótese extraterrestre deve ser a última a ser considerada e, caso o óvni preencha certos requisitos, poderá ser enquadrado como um artefato de origem desconhecida da tecnologia humana e da natureza do planeta Terra. Ir além disso é especular sem argumentos convincentes”, afirma Chola.

As teorias

Atualmente, há quatro teorias sobre o fenômeno óvni. A primeira apela para o racional: óvni é algum tipo de aeronave avançada, secreta ou experimental de fabricação humana, desconhecida ou mal reconhecida pelo observador. A segunda é a mais polêmica: se nenhum fenômeno natural ou tecnologia terrestre servir de explicação, trata-se de uma espaçonave alienígena. A terceira teoria aponta para hipóteses psicossociais e psicopatológicas: quem vê um óvni sofre de algum distúrbio. E a quarta escola apóia-se na religião, no ocultismo e no sobrenatural – os óvnis são mensagens divinas ou diabólicas. Pobre do ufólogo quando as hipóteses de uma tendência misturam-se às de outra. “A ufologia extrapolou os seus limites ao enveredar por caminhos místicos e transcendentais, passando a estudar vida extraterrestre, canalizações de mensagens extraterrestres, contatos telepáticos e entidades de outras dimensões, entre outros, o que a rigor não compete a ela estudar”, diz Chola.

Mas a responsabilidade não é só dos ufólogos. Como a ciência abdicou do direito de estudar os óvnis, diversas histórias permanecem sem resposta e adubam a já fértil imaginação do homem. Um dos poucos cientistas que tentaram encontrar uma explicação para o fenômeno óvni foi o astrofísico americano Josef Allen Hynek (1910-1986), fundador do Centro para Estudos Ufológicos e conselheiro do Projeto Blue Book (leia mais na página 22). Nos anos 50, Hynek era cético sobre óvnis e acreditava que as descrições eram feitas por testemunhas que não haviam sido capazes de identificar objetos naturais ou de fabricação humana. Depois de ler dezenas de papéis, porém, ele encontrou relatos de gente instruída – como astrônomos, pilotos, oficiais de polícia e militares – que mereciam um mínimo de crédito. Hynek conversou com físicos que também contaram ter visto objetos voadores impossíveis de explicar à luz dos conhecimentos atuais da ciência. Ele então abandonou o ceticismo, encarou a ufologia como profissão, aplicou a metodologia científica nas pesquisas e foi um dos personagens da frustrada tentativa de abrir a agência coordenadora na ONU.

No entanto, aos poucos, Hynek se tornou um crítico da explicação extraterrestre. Em 1976, ele afirmou: “Tenho apoiado cada vez menos a idéia de que os óvnis são espaçonaves de outros mundos. Há tantas coisas se opondo a essa teoria. Para mim, parece ridículo que superinteligências viajariam grandes distâncias para fazer coisas relativamente estúpidas, como parar carros, coletar amostras de solo e assustar pessoas”. No final da vida, ele estava convencido de que os “discos voadores” tinham mais a ver com fenômenos psíquicos do que com veículos alienígenas.

Seja como for, a hipótese extraterrestre vem perdendo das outras teorias por falta de provas físicas. Em 60 anos, nenhum dos milhares de humanos que alegam ter contatado ETs conseguiu apresentar um único objeto comprovadamente de origem extraterrena. O mais famoso ufólogo do século 21, o americano cético Philip Klass, oferece 10 mil dólares a qualquer vítima de abdução que registrar queixa no FBI e deixar a polícia federal americana averiguar o caso. Se for verdade, o denunciante ganha a grana. Se for mentira, será multado em 10 mil dólares e preso por cinco anos. Até hoje, ninguém topou o desafio. H

“O principal problema da ufologia hoje é a maioria dos próprios ufólogos. Eles são os responsáveis por perpetuar os paradigmas de que óvni é sinônimo de nave extraterrestre”

Rogério Chola, ombudsman da revista ufo

“Parece ridículo que superinteligências viajariam grandes distâncias para fazer coisas relativamente estúpidas, como parar carros, coletar amostras e solo e assustar pessoas”

Josef Allen Hynek, astrofísico americano

Você pode não acreditar em ETs, mas já pensou no que perguntaria a um deles caso um disco voador pouse bem no seu quintal? O americano James E. Oberg, ex-funcionário da Nasa, montou uma lista de temas complexos, ideais para checar a inteligência do alienígena. As primeiras dez perguntas são dele. Acrescentamos outras dez. Guarde a lista: só um ET poderia ter as respostas na ponta da língua.

1. Quais são as assinaturas eletromagnéticas de rochas sob tensão extrema?

2. Quando e onde vai acontecer o próximo grande terremoto?

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3. Quando vai ocorrer a próxima reversão dos pólos magnéticos da Terra?

4. Qual é o produto químico apropriado para limpar o CFC da atmosfera superior, onde está sendo destruída a camada de ozônio?

5. Como se controla um furacão?

6. Qual é o número atômico do primeiro elemento estável transurânico?

7. Como o hidrogênio metálico pode ser criado e então conservado a baixa pressão?

8. Qual vai ser a mais valiosa aplicação para os nanotubos de carbono?

9. Qual é a direção, o tempo, o comprimento de onda, a largura de banda, o plano de polarização e outros parâmetros técnicos para detectar sinais de civilizações extraterrestres no espaço?

10. Quando e onde vamos localizar a próxima estrela supernova na nossa galáxia?

11. Qual é a cura da Aids? E do câncer?

12. Por que não conseguimos fazer cócegas em nós mesmos?

13. Por que temos dedos nos pés?

14. Onde está escondido o ET de Varginha?

15. As pessoas que vivem nos pólos da Terra rodam como piões?

16. Por que os cachorros odeiam os gatos?

17. Qual é a fórmula da Coca-Cola?

18. Onde estão as armas de destruição em massa do Iraque?

19. Posso guardar algum objeto como lembrança do nosso encontro?

20. Onde você aprendeu a falar português?

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