Quanto o hábito de se comparar com outras pessoas faz parte do seu cotidiano? Pare e reflita antes de responder essa questão, pois esse costume não muito saudável se tornou amplificado com o surgimento das redes sociais, que são como uma vitrine para muitos que desejam se mostrar como seres perfeitos e infalíveis. Há dois caminhos, igualmente perigosos no que diz respeito à comparação, o primeiro deles é se ver como alguém inferior, desdenhando sua própria vida, e o outro é achar que é alguém superior, que está acima dos demais. Show Preparamos um teste para VOCÊ descobrir o quanto é FELIZ! O comportamento de se comparar com os outros é saudável?Todos os dias, ao abrirem uma rede social, mesmo que não tenham esse foco, muitas pessoas começam a estabelecer comparações com as outras, chegando a conclusões de que é superior a algumas e inferior a outras. Esse é o grande problema, na visão de cada indivíduo sempre haverá alguém melhor e alguém pior do que ele, algo que afeta sua capacidade de autoavaliação e impacta negativamente em sua autoestima. As comparações não são saudáveis, pois, em médio e longo prazo, podem acarretar sintomas de ansiedade e até desencadear transtornos psicológicos, em especial os que se relacionam à autoimagem. As redes sociais permitiram estabelecer novos tipos de comparação que vão além dos atributos físicos, as postagens abrem precedente para comparações intelectuais e até em relação ao nível de felicidade cotidiana. Quem passa muito tempo se comparando aos outros deixa de viver a sua própria vida. Identificando quando a comparação atrapalha sua vidaDe maneira geral, é natural que o ser humano se compare eventualmente a seus semelhantes. Quando esse comportamento não causa estragos em sua autoestima e nem interfere em sua capacidade de prosseguir a vida, não representa algo grave. A comparação passa a ser nociva quando ocupa muito tempo dos pensamentos do indivíduo e lhe consome a energia que deveria ser aplicada a produção de coisas positivas para si mesmo. Comece a mensurar o tempo que você gasta pensando nas realizações e na vida de outras pessoas de maneira geral. Em seguida, considere o que poderia fazer de bom para você nesse período. Muitas pessoas entram em um ciclo vicioso de comparação e queda de autoestima sem nem perceber o que estão fazendo, pois, de certa maneira, se trata de um hábito compartilhado por uma parcela significativa da sociedade. Então, identificar que tem um problema com as excessivas comparações é o primeiro passo. Redes sociais: como diminuir o comportamento de comparação?As redes sociais têm um enorme potencial de estabelecer conexões entre as pessoas, porém, também podem acarretar sintomas de ansiedade e baixa autoestima. Trata-se de um espaço em que os usuários, de maneira geral, fazem recortes dos momentos bons das suas vidas. Ao percorrer o feed do Instagram de alguém, você está vendo uma seleção dos melhores momentos dessa pessoa, sem tomar conhecimento das contas atrasadas, dos desentendimentos com familiares ou das inseguranças íntimas que a consomem, situações que fazem parte da realidade de muitos. Estabelecer uma comparação entre a sua realidade (que é plenamente conhecida por você) e a dessa pessoa que está distante não é coerente. Isso não significa que você não pode ter redes sociais ou navegar por elas, apenas que precisa se conscientizar de que todos os que estão presentes na internet têm problemas pessoais que não são expostos. Em resumo, o que estou tentando dizer é que estabelecer comparações, além de não ser saudável, também não é justo. Afinal de contas, você não sabe o que se passa além da superficialidade das fotos dos outros. Se fossemos fazer uma comparação com uma peça de teatro, olhar para as fotos de outros usuários seria o mesmo que admirar o espetáculo que surge entre as cortinas, sem considerar as horas de ensaio, o esforço, os problemas que surgiram durante toda a preparação. Já em relação à sua própria vida, você tem acesso a tudo, desde os ensaios, a tensão na coxia, os desafios que precisaram ser superados, até o espetáculo em si. Então, considerando tudo isso, te pergunto: acha justo comparar o palco dos outros com os seus bastidores? Concentre-se em você mesmoOlhar mais para si em um momento em que os olhares de muitos se voltam para os demais, tentando se comparar, é um poderoso exercício de manutenção de uma boa autoestima e consolidação da valorização de suas próprias qualidades. Por mais que as pessoas que acompanhe nas redes sociais sejam fantásticas, lembre-se que você também é. E esse não é um papo apenas para te convencer, é a mais pura realidade. Todo ser humano, sem exceção, tem qualidades e pontos fantásticos a serem explorados, mas, para ter acesso a eles, é preciso se conhecer e acreditar em si mesmo, porque é a partir daí que que se torna possível agir de modo a contemplar tudo isso e trabalhar para se tornar cada vez melhor. Ter a consciência da diversidade de características existentes no mundo é essencial para que acolha e respeita sua individualidade. Em se tratando dos demais, é importante dizer que, sim, olhar para o crescimento e para as conquistas de terceiros pode ser positivo, desde que sirva como fonte de inspiração e aprendizado, nunca de comparação. Estar ao lado de pessoas que te inspiram a ir além é muito bom, mas tome sempre o cuidado para não se inferiorizar. Tenha sempre em mente que cada indivíduo tem o seu tempo e que, se você se esforçar e der o seu melhor, um dia será tão bom quanto aquele que hoje admira. Ter o desejo de evoluir, aprender e se desenvolver é maravilhoso, mas queira sempre construir a sua própria trajetória. Por mais que a vida de uma outra pessoa pareça perfeita, aquela não é a sua vida. Desse modo, concentre-se em si, olhe para os lados para se inspirar, mas se volte sempre para a sua essência, porque é ela que irá te mostrar o melhor caminho a ser seguido. Gostou de saber mais sobre o hábito de se comparar aos outros? Você costuma fazer isso em seu dia a dia? Compartilhe sua experiência nos comentários abaixo! Copyright: 1289761636 – https://www.shutterstock.com/pt/g/fizkes
A comparação é inata ao ser humano. Ao observar os outros, aprendemos (ou não) com diferentes modelos de comportamento. O sinal vermelho, no entanto, acende quando alguém passa do ponto no hábito de se comparar com os outros —em geral, um processo que segue mecanismos inconscientes cujas razões são desconhecidas para a própria pessoa. Estar em permanente estado de comparação com o outro é um comportamento extremamente tóxico que leva a crenças limitantes e a criação de padrões inatingíveis, de acordo com a psicanalista Gisele Gomes, professora de Teoria Psicanalítica Freudiana na RNA Clínica e Escola de Psicanálise, em São Paulo (SP). "Quando alguém se compara com o outro e se identifica como superior ou inferior, em relação às suas características físicas, financeiras ou intelectuais, está impedindo que suas verdadeiras potencialidades se sobressaiam e permitam a realização de seus próprios desejos", diz ela. Comparar-se intensamente é como manter uma imagem distorcida o tempo todo no espelho da vida. "Frustração e infelicidade passam a ser as principais companheiras da pessoa, sentimentos que são portas abertas para ansiedade, depressão e outros transtornos psíquicos", alerta. Quando é natural e quando faz malComparar-se não é de todo ruim. As crianças, ao observarem os pais, buscam aprender o certo e o errado, por exemplo. Vivemos em sociedade e é comum que nas relações em diferentes campos, como o financeiro e o social, busquemos referências para fazer as nossas escolhas. "Nos comparamos uns aos outros a fim de evoluirmos e termos referências do que é bom ou ruim", diz Ricardo Sato, psicólogo clínico e hospitalar e coordenador do Serviço de Psicologia Hospitalar da Rede D'Or São Luiz unidade Morumbi, em São Paulo (SP). No caso de uma comparação do salário com outros colegas de profissão, por exemplo, para saber se a remuneração obtida está ou não de acordo com profissionais com o mesmo ramo, pode ser bom. "É uma comparação consciente que pode ser útil para refletir sobre a necessidade de uma recolocação ou para traçar estratégias para melhorar o ganho salarial. Comparar, nesse caso, é uma atitude a favor de um desenvolvimento, de uma mudança positiva", explica Marcelo Lábaki Agostinho, psicólogo clínico do IP-USP (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo). O problema é quando a comparação traz sofrimento, como explicado por Gomes. Nesses casos, apesar de quem se compara poder se sentir superior ou inferior ao outro, geralmente a segunda opção é o que predomina. "O mais comum em quem adota esse padrão é se colocar em desvantagem em relação ao outro", diz Marina Vasconcellos, psicóloga e terapeuta familiar e de casal pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). "É um indício típico de baixa autoestima. A pessoa não acredita em si mesma, é insegura e exerce a comparação como uma forma de autoafirmação. Quem confia em si não faz isso". Insegurança e ideais utópicosA autoestima é a noção de valor, positiva ou negativa, que o indivíduo tem de si, e envolve as percepções e crenças adquiridas ao longo da vida. Sua origem é na infância, nas relações estabelecidas com os pais, nas valorizações que eles deram aos seus comportamentos e conquistas e que fizeram com que a criança se sentisse amada. "Uma criança que sempre foi criticada ou pouco reconhecida por algo de bom que tenha feito se torna insegura e, por desacreditar em suas ações, passa sempre a se comparar com o outro como forma de se certificar sobre seu comportamento, avaliando se suas condutas estão corretas", diz Joselene L. Alvim, psicóloga especialista em neuropsicologia pelo setor de neurologia do HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e coordenadora do curso de especialização em neuropsicologia da Unoeste (Universidade do Oeste Paulista). É válido reforçar que, ao observar a vida de alguém e se sentir diminuído —e isso acontece muito nas redes sociais —, a pessoa que experimenta o mal-estar pode dirigir um olhar repleto de idealização e, portanto, um parâmetro impossível de ser alcançado. "Redes como o Instagram mostram ideias muito difíceis de cumprir, porque são irreais. Nem tudo o que a gente vê é o que é realmente na vida longe da internet", pontua Lívia Beraldo de Lima Basseres, psiquiatra e mestre em psiquiatria pelo IPq (Instituto de Psiquiatria) do HCFMUSP e membro do corpo clínico do Hospital Santa Paula, em São Paulo (SP). No ponto de vista de Agostinho, é importante questionar se o ideal projetado nos outros não é um ideal do próprio inseguro, ou seja, algo que ele quer alcançar, mas que não admite que é dele, sendo mais fácil olhar o ideal no outro em vez de si mesmo. "Passar a viver sempre a vida do outro, ou seja, sempre se comparando, é empobrecedor, pois a pessoa não consegue olhar para dentro de si mesma", diz. Segundo ele, talvez com o tempo, a pessoa possa começar a se sentir esvaziada, como se não tivesse nada próprio dela, como se não vivesse a própria vida. A psicóloga Alvim ainda diz que é preciso saber lidar com as mazelas da vida também: "A vida não é o reino da fantasia e as pessoas não são felizes o tempo inteiro. Ter períodos de tristeza e insegurança é algo comum a todo ser humano. Só que a pessoa com baixa autoestima, que se compara o tempo todo, pode até saber disso, porém considera que só ela, ou a vida dela, tem algo de errado. Com isso, desencadeia ansiedade e até depressão, dificultando a elaboração de suas angústias, tornando o ciclo vicioso". Como romper o padrão?Um processo psicoterápico pode surtir bons resultados para os casos mais extremos, principalmente envolvendo a baixa autoestima e a falta de confiança em si. Contudo, se você se identificou com o problema, pode, desde já, colocar em prática algumas dicas para combater a mania nociva de se comparar aos outros. Siga essas sugestões:
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