Como comparar o tubo do padrão com o da amostra

Coleta de sangue

Para as análises hematológicas as amostras devem ser de sangue completo (tratado com anticoagulante EDTA), armazenado por um período máximo de 6 horas a temperatura ambiente ou 24 horas na geladeira (4°C). Estas amostras nunca devem ser congeladas e o volume ideal de sangue é aquele indicado no frasco de coleta.

As dosagens bioquímicas podem ser realizadas no soro (sem anticoagulante) ou no plasma (obtido com heparina). Tanto o soro quanto o plasma podem ser refrigerados por até 3 dias ou congelados por 30 dias até a sua análise, sem prejuízo no resultado. Em bioquímica sanguínea é preferível trabalhar com sangue heparinizado do que com sangue coagulado, pois facilita a manipulação e conservação, além de diminuir o risco de hemólise. No caso de utilização do soro, é necessário um período de 30 a 90 minutos para a formação do coágulo e a completa obtenção do soro.  Alternativamente podem usar-se tubos com gel acelerador da formação do coágulo. A única diferença analítica entre soro e plasma é que o primeiro não contém fibrinogênio. Do ponto de vista de dosagem de proteínas totais, este valor é tão pequeno que pode ser desconsiderado. Prefere-se a coleta com sistema fechado (a vácuo) por produzir uma amostra de qualidade, em volume proporcional a capacidade do tubo e livre de artefatos em decorrência do manuseio de seringas na coleta. Todos os materiais devem ser descartáveis.

Em situações em que mais de um tipo de exame é solicitado, recomenda-se a coleta a vácuo na seguinte sequência:

  1. Tubo com citrato de sódio
  2. Tubo com ativador de coágulo
  3.  Tubo com heparina
  4. Tubo com EDTA
  5. Tubo com fluoreto

Principais anticoagulantes

  • EDTA K2 (ácido etilenodiamino tetra-acético dipotássico): é o mais recomendado para análises hematológicas, pois preserva a integridade celular. Atua como quelante do cálcio, impedindo a coagulação. Tubo com tampa roxa.
  • Heparina: é um anticoagulante natural, sendo o mais recomendado para análises bioquímicas, pois não interfere com os reagentes usados na maioria dos testes. Atua interferindo na conversão de protrombina em trombina. Pode ser usado para contagem eritrocítica, mas não é recomendado para análises leucocitárias, pois pode causar agregação dos leucócitos, alterando a sua morfologia e dificultando a contagem. A heparina de lítio (não de sódio) é o anticoagulante recomendado para análise gasométrica e para hematologia em amostras de répteis e quelônios. Tubo com tampa verde.
  • Citrato de sódio tamponado: pouco recomendado para hematologia por não preservar de maneira adequada a morfologia celular. Atua quelando o cálcio e impedindo o processo de coagulação. É o anticoagulante recomendado para os testes de coagulação na proporção de 1:9 partes de sangue. Tubo com tampa azul.
  • Fluoreto de sódio: similar ao citrato, sendo recomendado especificamente para a dosagem de glicose e/ou lactato, pois inibe o processo de glicólise que ocorre nas hemácias, mantendo os níveis in vitro destes metabólitos por mais tempo. Tubo com tampa cinza.

Para a obtenção do soro, recomenda-se a utilização de tubos sem anticoagulantes (tampa vermelha) ou com ativador do coágulo e gel separador (tubo com tampa amarela).

Coleta de urina

Deve-se dar preferência a primeira urina da manhã coletada em frascos estéreis em um volume igual ou superior a 10 mL. Os métodos aplicados são os seguintes:

Micção natural: ideal para cães machos e grandes animais. Apresenta um elevado grau de contaminação da amostra.

Cateterismo vesical: com cateter vesical estéril e sob sedação para algumas espécies.

Cistocentese: indicada para pequenos animais com sedação a critério do médico veterinário. É a amostra mais recomendada para urocultura.

Tempo para o processamento: imediato

Armazenamento: sob refrigeração por no máximo 12 horas.

Coleta de líquidos cavitários

As amostras obtidas de líquidos formados nas cavidades abdominal e torácica devem ser acondicionadas em tubos sem anticoagulante (análises químicas) e com anticoagulante (EDTA) para as contagens celulares e determinação da avaliação citológica. A mesma recomendação é aplicada as amostras de líquido cefalorraquidiano e articular.

Tempo para o processamento: imediato

Armazenamento: sob refrigeração por até 6 horas da coleta

Coleta de amostras para citologia

As amostras de aspirado devem ser coletadas com seringa estéril (com capacidade para 10 a 20 mL) e depositadas em lâminas de vidro para microscopia. Após, deve ser realizado um esfregaço com o material obtido. As amostras devem ser identificadas com o nome do paciente, data da coleta e local. Na requisição deve constar os dados referentes ao tempo de surgimento da massa, tamanho, cor, aspecto, tempo de evolução e exames adicionais, quando for o caso.

Coleta de amostras para hemogasometria

Coleta de sangue venoso ou arterial deve ser imediatamente processado. Para amostras enviadas para o laboratório, recomenda-se o uso de seringa heparinizada (lítio).

Tempo para o processamento: 10 minutos para sangue heparinizado.

Maiores informações sobre as técnicas, tubos e prazos contate a nossa equipe.

Os tubos de coleta de sangue a vácuo se tornaram uma importante ferramenta para a área de análises clínicas e diagnóstico médico.

Há vários sistemas de coleta de amostras de sangue disponíveis para flebotomia (tiragem de sangue). Todas as etapas desse processo interferem diretamente na qualidade da amostra e na confiabilidade do resultado. Por isso é muito importante estabelecer qual é o sistema mais apropriado para a coleta de sangue.

O uso de sistemas baseados em tubo de extração a vácuo como sistemas fechados para coleta de sangue reduz o risco de exposição direta ao sangue e torna mais fácil a coleta de múltiplas amostras com uma única punção venal.

Nessa etapa, variações devido à obtenção, preparação e ao transporte da amostra podem provocar a perda do material biológico destinado à análise.

Frequentemente, encontra-se sangue destinado às provas de coagulação com microcoágulos decorrentes da homogeneização incorreta do material ou ainda pela proporcionalidade inadequada entre anticoagulante e sangue total. Devemos considerar também a troca de tubos de coletas, erros na flebotomia e até o uso prolongado do torniquete, promovendo aumento de proteínas e analitos ligados a elas.

Essas causas diretas de erro pré-analítico, quando detectadas, geram a re-coleta desses materiais. É de extrema importância implementar metodologias rigorosas para detecção, classificação e redução desses erros.

Técnicas de coleta de Sangue

A técnica de coleta de sangue venoso pode ser a vácuo ou com seringa e agulha.

A técnica de coleta a vácuo tem sido mais recomendada por ser um sistema fechado e possibilitar melhores condições de padronização, bem como a redução do risco de acidentes com materiais perfurantes.

A qualidade da amostra coletada pelo sistema a vácuo é considerada mais elevada e representativa do que a amostra obtida pelo sistema de seringa e agulha.

O principal fator é a adequada proporção sangue/aditivo. O sistema oferece a garantia de aspiração de um volume de sangue proporcional à quantidade de aditivo presente no tubo de coleta. Isso proporciona a redução de causas de erro, como hemodiluição, volumes insuficientes, hemólise e formação de microcoágulos.

Boas Práticas para coleta de Sangue

Tubos de coleta de sangue a vácuo e suas vantagens

Os tubos para coleta de sangue a vácuo são de uso único e podem evitar muitos erros durante a fase pré-analítica.

Confira as vantagens da utilização dos tubos de coleta a vácuo:

Facilidade no manuseio

O tubo para coleta de sangue contém, no seu interior, vácuo calibrado que está correlacionado com a proporção entre a quantidade de volume de sangue coletado com o anticoagulante/ativador de coágulo determinado na etiqueta do produto.

Segurança e conforto ao paciente

Tubos com menor volume de aspiração, assim como a possibilidade de que, em uma única punção, sejam colhidos vários tubos (coleta múltipla). Proporciona segurança e qualidade na fase pré-analítica e contribui para um resultado com qualidade.

Segurança ao profissional de saúde

Minimização do risco de contaminação, não havendo o manuseio da amostra de sangue, uma vez que o sangue entra diretamente no recipiente de coleta. A coleta em sistema aberto (seringa e agulha) eleva o risco de acidente perfurocortante no manuseio da transferência do sangue para o tubo e posterior descarte.

Atendimento à norma regulamentadora 32 (NR32)

Tem por finalidade estabelecer diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde do trabalhador. Evita a exposição ocupacional e previne a transmissão de doenças infectocontagiosas durante o procedimento.

Embora os sistemas de extração a vácuo sejam seguros, seu uso requer treinamento e aptidão.

Padrão de cores e sequência de coleta dos tubos a vácuo

Os tubos em que o sangue é coletado podem conter um ou mais aditivos, dependendo do objetivo da análise. Há desde aditivos que promovem a coagulação mais rápida do sangue, os que possibilitam a anticoagulação e ainda aqueles que preservam ou estabilizam determinados analitos ou células.

Cada tubo é usado para uma variedade de testes. Como alguns permitem que o sangue coagule e outros não, é importante identificar o tubo correto para cada teste. Evita-se assim erros e, por consequência, um diagnóstico incorreto. (Confira aqui os tubos de coleta mais utilizados, a tabela de cores e sua aplicação).

O padrão de cores dos tubos irá identificar quais aditivos estão presentes. A recomendação da sequência dos tubos é baseada na (CLSI H3-A6, Procedures for the Collection of Diagnostic Blood Specimens by Venipunctures; ApprovedStandart, 6thed.). Ela deve ser respeitada, para que não ocorra contaminação por aditivos nos tubos subsequentes (contaminação cruzada dos aditivos), quando há necessidade da coleta para diversos analitos de um mesmo paciente.

Sequência de aditivos

Aditivos Cor Descrição
Citrato de Sódio Azul O Citrato de Sódio Tamponado é utilizado para prova de coagulação em amostras. Diferentes concentrações de Citrato de Sódio podem ter efeitos significativos nas análises terapias anti-trombóticas, Tempo de Protombina (TP) e Tempo de Tromboplastina ativada (TTPa).
Ativador de Coágulo Vermelho Possui ativador de coágulo (sílica) jateado na parede do tubo, fazendo com que o processo de coagulação da amostra seja acelerado. Utilizados para determinação em soro nas áreas de Bioquímica e Sorologia. Podem ser utilizados para tipagem ABO, RH, pesquisa de anticorpos, fenotipagem eritrocitária e teste de antiglobulina direta.
Ativador de Coágulo + Gel Amarelo Contém ativador de coágulo jateado na parede do tubo que faz com que o processo de coagulação seja acelerado e gel separador, para obtenção de um soro com melhor qualidade. Utilizados em rotinas de bioquímica, sorologia, imunologia, marcadores cardíacos e tumorais.
EDTA Lilas/rosa Possui EDTA jateado na parede do tubo e são utilizados em bancos de sangue. O EDTA é o anticoagulante recomendado para rotinas de hematologia por ser o melhor anticoagulante para a preservação da morfologia celular.
Heparina de Lítio Verde Possuem Heparina de Lítio jateada na parede do tubo. São utilizados quando é necessário o uso de plasma para determinações Bioquímicas. Estes aditivos são anticoagulantes que ativam as enzimas antiplaquetárias, bloqueando a cascata de coagulação.
Fluoreto de Sódio + EDTA Cinza Utilizados na dosagem de glicose, lactato e hemoglobina glicada no plasma. O Fluoreto de Sódio é utilizado como inibidor glicolítico e o EDTA como anticoagulante, preservando a morfologia celular.

A alteração na sequência dos tubos pode ocasionar a contaminação no tubo subsequente e gerar resultados alterados nos analíticos sensíveis a este tipo de interferência.

Exemplo: coletar um tubo contendo aditivo de heparina (anticoagulante natural) antes do aditivo citrato de sódio (utilizado para coagulação) pode levar a heparina para dentro do tubo de citrato de sódio. Isso poderá interferir nos resultados dos fatores de coagulação.

Confira a sequência correta dos tubos de coleta

A ordem correta para coleta de sangue por tubos a vácuo é:

1. Azul (citrato de sódio)

2. Amarelo/vermelho (ativador de coágulo)

3. Verde (heparina)

4. Lilás/roxo (EDTA)

5. Cinza (fluoreto de sódio/EDTA).

Como comparar o tubo do padrão com o da amostra

Qualidade dos tubos de coleta

Há no mercado tubos de coleta de diversos volumes de aspiração e características. Dessa forma, é importante verificar se o produto está devidamente registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e se é fabricado de acordo com as Boas Práticas de Fabricação estabelecidas pela ANVISA e/ou por outros padrões internacionais como ISO 6710.2, CLSI, Food and Drug Administration (FDA) e Comunidade Europeia (CE).

A Kasvi possui uma linha exclusiva para análises clínicas, a OLEN. Essa linha apresenta todos os tubos de coleta a vácuo necessários para a coleta de sangue devidamente registrados pela ANVISA sob o número 8050207045. Proporciona assim a garantia de segurança e qualidade que os laboratórios necessitam.

Tubos de coleta Olen

Referências

  1. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial para coleta de sangue venoso. 2. ed. Barueri: Minha Editora, 2010.
  2. Recomendações da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): coleta e preparo da amostra biológica. Barueri, SP: Manole, Minha Editora, 2014.
  3. Diretrizes da OMS para a tiragem de sangue: práticas em flebotomia. World Health Organization.
  4. XAVIER, Ricardo M., DORA, José Miguel, BARROS, Elvino. Laboratório na Prática Clínica, 3ª edição . ArtMed, 2016.