Quais características adaptativas permitem que alguns seres vivos habitam em costões rochosos

ECOLOGIA distribuição diferencial das espécies animais e vegetais em zonas biogeográficas, determinadas segundo certos parâmetros (altitude, profundidade, etc.)

O que é uma Zonação intertidal?

O intertidal refere-se à zona entre marés. Assim, este é o ambiente marinho que fica exposto aquando da baixa-mar e submerso durante a preia-mar.

Qual o principal fator ambiental que determina a divisão do costão rochoso em zonas horizontais?

Estas regiões (ou zonas) são formadas a partir das habilidades adaptativas dos organismos relacionadas a fatores abióticos (ambientais, como o nível da maré), e fatores bióticos (diversos níveis de interações biológicas, como predação e competição por espaço).

Como é o ambiente dos costões?

Os costões rochosos, assim como manguezais e praias arenosas, por exemplo, são ecossistemas costeiros encontrados no limite entre o continente e o oceano. Apesar disso, as espécies que neles vivem são, basicamente, marinhas e, portanto, são considerados ambientes mais marinhos do que terrestres.

Quais características adaptativas permitem que alguns seres vivos habitem costões rochosos áreas constantemente atingidas pelo impacto das ondas do mar *?

Os habitantes do costão apresentam diferentes características adaptativas que lhes permitem sobreviver às pressões seletivas do local como: conhas,exosqueletos bem resistentes, maquinas de fixação às rochas, hábito de viver em locais abrigados das ondas do mar e do Sol, mecanismos de armazenamento de água durante a …

Quais características adaptativas?

Todas as características que adequam os seus possuidores a algo, geralmente, são ditas adaptativas e permitem que os seres vivos desenvolvam uma certa harmonia com o ambiente, ajustando-se, assim, para a sua sobrevivência num determinado local.

O que é um costão?

Em geografia, chama-se costão rochoso a uma formação rochosa no litoral marinho, como uma falésia ou um promontório, sem enseadas ou locais abrigados. … É considerado mais uma extensão do ambiente marinho que do ambiente terrestre, uma vez que a maioria dos organismos que o habitam estão relacionados com o mar.

Autores: Julia R. Salmazo, Thais R. Semprebom, Regiane Dall’Aqua e Douglas F. Peiró

Prof. Douglas Peiró e equipe Bióicos ministrando aula em costão rochoso durante curso de Biologia Marinha, Ubatuba (SP). Fonte: Bióicos, 2017 ©.

COSTÃO ROCHOSO: ECOSSISTEMA MARINHO OU TERRESTRE?

Os costões rochosos, assim como manguezais e praias arenosas, por exemplo, são ecossistemas costeiros encontrados no limite entre o continente e o oceano. Apesar disso, as espécies que neles vivem são, basicamente, marinhas e, portanto, são considerados ambientes mais marinhos do que terrestres. Como o nome indica, são formados por afloramentos rochosos que, por sua vez, podem ser estruturados como paredões verticais, estendendo-se por vários metros acima e abaixo do nível da água, ou como rochas fragmentadas de pequena inclinação, apresentando, assim, graus variados de exposição às ondas.

Costões rochosos podem ser encontrados ao longo de quase toda a costa brasileira, estendendo-se desde Torres (RS) até a Baía de São Marcos (MA). A maior concentração, no entanto, está na região Sudeste, onde a costa apresenta muitos recortes e a cadeia montanhosa da serra-do-mar está mais próxima em relação ao oceano. Desta forma, observa-se uma relação entre a presença de costões rochosos e a ocorrência de serras próximas ao Oceano Atlântico. Podemos tomar como exemplo dessa associação, no Estado de São Paulo, as cidades de Ubatuba, onde a Serra do Mar encontra-se com o oceano e os costões predominam, e Cananéia, onde a serra está mais distante do mar e os ecossistemas predominantes são o manguezal e a restinga.

E ONDE É QUE ESTÁ A VIDA?

O costão rochoso é o que chamamos de substrato consolidado. Por ser rígido, é um excelente local para a fixação de espécies sésseis (aquelas que vivem fixas a um substrato), além de um abrigo seguro contra a força das correntes marinhas e o impacto das ondas. Por isso, você pode até não perceber à primeira vista, mas o costão rochoso sustenta uma comunidade biológica muito rica e complexa. Inclusive, os organismos que nele habitam desenvolveram, ao longo da evolução, formas de vida e adaptações para sobreviverem nesse ambiente inconstante.

Devido à rebentação das ondas, muitos organismos precisam se fixar fortemente sobre as rochas ou utilizá-las como abrigo. Como exemplo, podemos observar diversas espécies de algas, mexilhões, cracas, anêmonas-do-mar e quítons, todos utilizando suas respectivas estratégias para se manterem aderidos. Outra adaptação importante para viver no costão é ser pequeno, plano e com ‘pés’ grandes, para evitar se desprender e ser levado pelas ondas, como fazem os moluscos gastrópodes. Estrelas, pepinos e ouriços-do-mar, por sua vez, possuem pés com ventosas (conhecidos como pés ambulacrais), com os quais se prendem nas rochas. Há também organismos incrustantes como esponjas, ascídias coloniais e briozoários, além daqueles com formas arborescentes e flexíveis como hidrozoários e outras espécies de briozoários. Diversas espécies e tipos de corais também utilizam as rochas do costão para se fixar e construir seus esqueletos.

Exemplos de organismos que vivem em costões rochosos. Fonte: Parque Estadual Serra do Mar, Fundação Florestal.

Além dos organismos fixos, espécies de vida livre também vivem associadas aos costões, utilizando-os como abrigo ou como locais para procurar alimento. É o caso das baratas-da-praia (no ambiente aéreo), dos caranguejos e dos camarões, das lesmas-do-mar, de diversas espécies de peixes e até de tartarugas marinhas, como a tartaruga-verde, que pastoreia nas algas fixadas no costão rochoso.

Quanta vida pode haver nos costões! E esses são só alguns exemplos. Existe ainda uma infinidade de organismos associados a eles.

DISTRIBUIÇÃO VERTICAL: A ZONAÇÃO

Mas não é só o impacto das ondas que exige adaptações dos organismos, eles também são adaptados aos efeitos das marés e a fatores bióticos, como competição, predação e herbivoria. Uma vez que o nível da maré muda ao longo do dia, os organismos que vivem na região mais elevada das rochas precisam estar preparados para resistir a períodos fora da água, com temperaturas mais elevadas, e receber insolação. Os organismos que não possuem essa capacidade, no entanto, ficam restritos às zonas inferiores, onde estão sempre submersos, mesmo durante a maré baixa.

Desta forma, os habitantes do costão não vivem sobre ele de forma aleatória. Ao contrário, eles ocorrem em faixas horizontais bem definidas, e esse fenômeno é mundialmente conhecido como zonação.

No geral, são definidas três zonas de distribuição principais:

  • Supralitoral, região permanentemente fora d’água, onde chegam apenas borrifos das ondas e onde vivem espécies mais adaptadas à perda de água, como caramujos e baratas-da-praia;

  • Mesolitoral, região entremarés que fica exposta na maré baixa e submersa na maré alta, onde encontramos as cracas mais acima, os mexilhões mais abaixo, quítons, moluscos gastrópodes e até algumas algas; e

  • Infralitoral, região permanentemente submersa, onde vivem espécies que não toleram a dessecação, como algas, ouriços-do-mar, caranguejos e camarões.

Ilustração de zonação em costão rochoso. Fonte: adaptado de Manual de Ecossistemas Marinhos e Costeiros para Educadores, Rede Biomar, 2016.

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Bibliografia

ALMEIDA, V. F. Importância dos costões rochosos nos ecossistemas costeiros. Cadernos de Ecologia Aquática, v. 3, n. 2, p. 19-32, ago./dez. 2008.

CARVALHAL, F.; BERHEZ, F. A. S. Costão Rochoso: a diversidade em microescala. Disponível em: <http://www.ib.usp.br/ecosteiros/textos_educ/costao/index2.htm>. Acesso em: 30 ‎set. ‎2017.
 

GERLING, C.; RANIERI, C.; FERNANDES, L.; GOUVEIA, M. T. J.; ROCHA, V. (Orgs.). Manual de Ecossistemas Marinhos e Costeiros para Educadores. Santos: Editora Comunicar, 2016. [Rede Biomar].

MORENO, T. R.; ROCHA, R. M. Ecologia de costões rochosos. Estud. Biol.: Ambiente Divers., v. 34, n. 83, p. 191-201, jul./dez. 2012.
 

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