Onde fica o coração da lagartixa

Briba, labigó, lagartixa, osga, taruíra esses são alguns dos nomes populares brasileiros dados para esta espécie de réptil exótica, originária da África.

No Brasil, foi introduzida possivelmente por volta do século XVIII através dos navios negreiros.

E hoje ocorre em todas as regiões do país, tanto em ambientes urbanos como em alguns habitats naturais.

Existem mais de 400 espécies de lagartixas nas regiões quentes do mundo.

Totalmente inofensiva, a Hemidactylus mabouia e a Hemidactylus frenatus (família Gekkonidae) são as lagartixas que invadem as moradias humanas.

E provocam pânico nas pessoas por causa do seu andar rápido e desengonçado.

Este réptil, da ordem dos escamados, quando adulto não tem dimorfismo.

Pode medir entre 10 a 15 cm e viver cerca de 10 anos.

Sua pele fina tem coloração que varia entre tons de branco, marrom e cinza, com pequenas manchas escuras espalhadas pelo corpo.

As lagartixas são nocivas?

As lagartixas não oferecem risco à saúde do homem, pelo contrário, elas são animais que trazem benefícios.

Já que se alimentam de insetos como moscas, pequenas mariposas, traças e mosquitos – inclusive o mosquito transmissor da dengue.

Tem hábitos noturnos e pode ser encontrada próxima a fontes luminosas.

Passam a maior parte do tempo imóvel à espreita de presas.

Como a lagartixa consegue andar pelas paredes?

As lagartixas têm facilidade para subir em qualquer lugar.

Isso porque elas possuem uma espécie de pequenas laminas cobertas por pelos microscópicos em forma de ganchos.

E são esses pelos permitem a esses animais escalar muros, vidros de janelas e andar pelo teto de cabeça para baixo.

Como as lagartixas se reproduzem

São animais frágeis, de coloração bege clara e olhos escuros.

A reprodução é ovípara.

Geralmente, as fêmeas põe entre 1 ou 2 ovos e guardam  em ninhos feitos em buracos e frestas bem escondidas.

A fêmea pode reproduzir-se o ano inteiro, principalmente nos meses mais quentes.

E por que lagartixas perdem a cauda

Por conta de uma estratégia de defesa!

Toda lagartixa tem a capacidade de perder a cauda.

Isso distraí o predador enquanto elas fogem para longe!

Posteriormente a cauda se regenera.

Esse processo todo é chamado de autotomia caudal.

Primeiro, é importante saber que os lagartos e as lagartixas se desfazem da cauda por vontade própria. Não se trata de nenhuma crise masoquista de autoflagelação e, sim, de uma estratégia espertíssima que ajuda o bicho a salvar a vida. Quando perseguido, ele corta um pedaço do próprio rabo, que continua se movimentando por um tempo, o suficiente para distrair o predador e ele poder fugir. “É melhor perder a cauda que a vida”, afirma o biólogo Fábio Molina, chefe do Setor de Répteis da Fundação Parque Zoológico, de São Paulo, SP. Essa autotomia (mutilação espontânea) acontece graças à contração dos músculos do rabo em pontos de fratura, onde as articulações entre as vértebras são mais frouxas. Nesses locais, todos os tecidos – vasos, músculos, nervos etc. – são mais facilmente desconectados. Depois, a cauda será regenerada, porém, nunca mais será a mesma. O novo rabo será menor, mais grosso ou torto.

A parte óssea também não se recupera. “Na parte da cauda que se regenera, as vértebras são substituídas por um bastão de cartilagem sem planos de fratura. Isso significa que novas autotomias só poderão ocorrer em pontos anteriores ao início da cauda regenerada”, diz Fábio. O tempo de regeneração depende do metabolismo do animal e até da estação do ano – no verão, a nova cauda nasce mais rápido -, mas, em média, leva três semanas. A energia gasta para a regeneração do rabo tem um alto preço: indivíduos jovens crescem mais demoradamente e fêmeas em fase reprodutiva produzem menos ovos.

Vão-se os anéis…
… Ficam os dedos. No caso das lagartixas, uma cauda perdida vale uma vida1 – Quando uma lagartixa é ameaçada por um predador, ela auto-amputa o rabo, que continua se movimentando por algum tempo, distraindo o agressor e dando tempo para a lagartixa escapar.2 – Ela faz isso contraindo os músculos do rabo nos pontos das articulações entre as vértebras mais frouxas. Assim, nervos e vasos se desconectam mais facilmente

3 – A regeneração começa em seguida. As vértebras (que não se regeneram) são substituídas por bastões de cartilagem. Por isso, novas amputações só ocorrem em pontos da cauda mais próximos do corpo da lagartixa

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Os lagartos do gênero Hemidactylus, conhecidos popularmente de “Lagartixas”, pertencem à família Gekkonidae, grupo exótico de ampla distribuição no Brasil, originário da África. Foram introduzidos possivelmente por volta do século XVIII, por meio dos navios negreiros e hoje ocorre em todas as regiões do país.

As lagartixas estão geralmente associada a habitats antrópicos ou rurais, sendo bastante comum em habitações humanas. Também podem ser encontradas em ambientes naturais de vários biomas brasileiros e sua ocorrência dentro de áreas de florestas pode estar limitando o sucesso ecológico de lagartixas nativas. Esta espécie possui quantidade fixa de ovos por ninhada, produzindo dois ovos de cada vez e sua reprodução é contínua.

É uma espécie de hábitos noturnos que pode ser facilmente encontrada perto de fontes luz devido a serem lagartos generalistas e oportunistas. Alimentam-se de vários artrópodes como aranhas, gafanhotos, cupins, baratas, grilos, gafanhotos, mariposas, mosquitos e formigas. Passa boa parte do tempo imóvel à espreita de suas presas, podendo se aproximar das mesmas lentamente para depois capturá-las com uma rápida mordida.

Pesquisas demonstraram que espécie de lagartixa H. mabouia se alimenta da aranha-marrom (Loxosceles intermedia), podendo ser usada como agente biológico para controle populacional dessa aranha, que representa uma preocupação médica devido ao grande número e gravidade dos acidentes que provoca, assim como importantes agentes de controle biológico e predadores potenciais do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue e da febre amarela.

Por outro lado, as lagartixas são hospedeiras de vários parasitos, podendo representar um risco à saúde de outros animais ou mesmo do homem. Estudos parasitológicos têm demonstrado a presença de parasitas em várias espécies de lagartixas, podendo ser encontrado Salmonella, Plasmodium (causadora de malária sauriana), protozoários coccídeos e helmintos gastrointestinais.

Lagartixa. Foto: Bruno C. Barbosa

A camuflagem é uma estratégia de caça e de defesa utilizada por vários animais em seus ambientes. Ao assumir a coloração do local, podem não ser vistos por seus predadores, como cobras, aves e mamíferos. O processo de mudança na coloração também tem grande importância no comportamento social de algumas espécies de répteis.

As lagartixas são capazes de alterar a coloração da pele, este é um processo mediado pela ação de hormônios (hormônios de estimulação dos melanóforos) que por sua vez é dependente da informação das condições de luminosidade captada pelos olhos ou por células especializadas (fotorreceptores) espalhados pela derme.

Referencias:
Vitt, L ., Magnusson, W .E ., Ávila Pires, T .C ., Lima, A .P . 2008 . Guia de lagartos da  Reserva Florestal Adolpho Ducke, Amazônia Central . Áttema Design Editorial, Manaus, 176 pp

Leão, T. C. C.; Almeida, W. R.; Dechoum M, M.; Ziller, S. R. 2011. Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil: Contextualização, Manejo e Políticas Públicas. Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste e Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental. Recife, PE. 99 p.

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