O que é sujeito inexistente

Ao falarmos de sujeito inexistente ou oração sem sujeito é preciso recapitular alguns pontos. A Língua Portuguesa é dividida em diversas áreas de estudos. Uma delas é a Gramática. Dentro da Gramática também há 3 subdivisões. A terceira é chamada de Sintaxe, que é um grupo de regras que define as várias possibilidades de combinação entre vocábulos a fim de formarem enunciados verbais.

A oração, por sua vez, se caracteriza como um tipo de enunciado linguístico que tem um verbo como seu núcleo. Mantendo a chamada organização sintática, a estrutura de uma oração é composta por várias partes denominadas termos, que se dividem em três classificações: termos essenciais, termos integrantes e termos acessórios.

Compondo os termos essenciais, um dos elementos que constituem a oração é o sujeito. Dentro do enunciado, esse componente é o que pratica ou sofre uma ação realizada pelo verbo. Para que a oração tenha um sentindo, ela precisa possuir um sujeito, um verbo, um predicado e, em alguns casos, um complemento.

No entanto, existem orações que não contêm um sujeito ou agente de ação. Elas são formadas apenas por um predicado que não se refere a ninguém e um verbo impessoal. Quando isso acontece, de acordo com a classificação dos tipos de sujeitos realizada pela análise sintática, esse enunciado é uma oração sem sujeito ou sujeito inexistente.

VERBO IMPESSOAL

O verbo impessoal é aquele que não precisa de um sujeito ou agente para que a ação verbal seja executada. Em relação a determinados verbos, a língua simplesmente ignora a existência de um sujeito. Esse verbo é sempre empregado na terceira pessoa do plural, sendo a única exceção para essa regra o verbo “ser”, que é empregado na terceira pessoa do singular.

Nos casos de orações sem sujeito ou com sujeito inexistente, a mensagem transmitida pelo enunciado é centralizada no verbo e no comunicado contido nele. Para determinar esse sujeito em uma análise sintática existem algumas regras. São elas:

• Fenômenos da natureza ou meteorológicos
Orações com verbos que denotam ações meteorológicas ou naturais. Veja os exemplos abaixo:

Nevou muito ontem a noite Trovejou durante a tempestade Anoiteceu de repente Chove forte no verão

Escurece mais tarde durante o período do horário de verão

• Verbo que tenha o sentido de “existir”
Orações que tenham o verbo “haver” com a conotação de “acontecer” ou “existir”. Por exemplo:

Haverá prova amanhã Houve um grande atentado terrorista na Síria Há amigos mais chegados que irmãos Há bons filmes em cartaz no cinema

Houve uma nova ação da Operação Lava Jato

• Verbo indicando tempo decorrido
Orações que contenham o verbo “haver” com a conotação de tempo passado, decorrido.

Já estou aqui há dois dias
Há meses não chove

• Verbos indicando tempo em geral ou fenômenos meteorológicos
Orações com os verbos fazer, ser, estar, passar e ir com a conotação de tempo e ações da natureza.

Está frio em São Paulo Faz cinco anos que o visitei Faz muito frio no inverno em Campos do Jordão Está no horário de almoço Era madrugada de 31 de março de 1964 Foi em uma tarde de verão

Já se passaram anos desde o acidente

É importante ressaltar que quando o verbo impessoal é utilizado em sentido figurado, esse perde a impessoalidade e a oração passa a ter um sujeito, como nos casos abaixo:

Chove mentiras de ambos os lados A voz trovejou em alto e bom som

São José do Rio Preto amanheceu mais alegre hoje

QUAL A DIFERENÇA ENTRE SUJEITO INDETERMINADO E SUJEITO INEXISTENTE?

Ao estudarmos análise sintática, didaticamente, aprendemos a questionar o verbo sobre quem ou o que está agindo ou sofrendo a ação para descobrirmos o sujeito da oração. Por exemplo, na frase “João brinca de carrinho”, pergunta-se ao verbo “quem brinca?”. Logo, a resposta é “João”, ou seja, “João” é o sujeito da oração.

O sujeito de um enunciado pode ser classificado em seis tipos: simples, composto, oculto, oracional, indeterminado e inexistente. No caso do sujeito indeterminado, assim como o inexistente, a oração não determina o agente da ação e, em geral, o verbo aparece na terceira pessoa do plural.

Por esses motivos, é comum a dúvida na hora de classificar um sujeito como indeterminado ou inexistente. Porém, uma expressão com sujeito indeterminado apenas não faz referência ao agente da ação, ele existe, só não é conhecido, enquanto que a oração sem sujeito simplesmente ignora a sua existência.

Na frase “Falaram de você por aí”, quem é o sujeito, por exemplo? Note que o verbo “falar” expressa claramente uma ação sendo executada; no entanto, não é possível identificar quem praticou ou a pratica. Esse é um caso de sujeito indeterminado.

No caso de oração sem sujeito, o agente da ação apenas não existe, como nos exemplos “Choveu no sertão”, “Houve um terremoto no Haiti” ou “Faz cinco anos que não viajo”.

Também conhecido como oração sem sujeito o sujeito inexistente geralmente expressa um fenômeno da natureza. Confira!

O sujeito inexistente ou uma oração sem sujeito acontece quando usamos verbos que não representam uma ação. Geralmente expressam tempo ou um fenômeno da natureza. Não há ninguém praticando a ação.

Vamos dar vários exemplos para que fique bem claro quando uma oração tem um sujeito inexistente e também diferenciar de uma oração que tem sujeito indeterminado. Neste caso você não consegue identificar o sujeito, mas sabe que ele existe e praticou a ação.

"Choveu a tarde toda em Brasília." "Trovejou muito hoje de manhã." "Houve tumulto na saída do estádio." "Há bandidos na região." "Faz tempo que não lhe vejo! "Faz um calor infernal no Rio de Janeiro." É quando a oração possui apenas um núcleo do sujeito que pode ser um substantivo ou um pronome. "O gato pulou no jardim" (Sujeito Simples = gato). "Ela chegou atrasada" (Sujeito Simples = Ela). É quando a oração possui dois ou mais núcleos do sujeito. "Maria e Joana dançaram no baile" (Sujeito Composto = Maria e Joana). "Ele e ela entraram na casa" (Sujeito Composto = Ele e Ela). Ocorre quando não está presente na oração, mas pode ser facilmente identificado no contexto. "Quero tomar banho" (Sujeito Oculto = Eu). "Chegaremos em casa depois das 21 horas" (Sujeito Oculto = Nós). Ocorre quando o sujeito não pode ser identificado nem no contexto e nem na ação, porém sabemos que ele existe. Apenas não podemos identificar.

👉Saiba mais sobre Sujeito Indeterminado 

"Procuraram o cão perdido em todo o bairro" (Sujeito Indeterminado = Eles). "Precisa-se de vendedor" (Sujeito Indeterminado = Alguém que precisa).

É bastante interessante conhecer os tipo de sujeito e hoje, especialmente o sujeito inexistente. Uma dica para você lembrar quando um sujeito é inexistente é que não há ninguém realizando a ação.

Gostou dessa aula de hoje? Se tiver dúvidas deixe um comentário! Até a próxima!


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 Haverá oração sem sujeito, ou seja, o verbo será impessoal, nos seguintes casos:

Obs.: Os verbos impessoais ficam, obrigatoriamente, na terceira pessoa do singular, com exceção do verbo ser.

1) Verbos que indiquem fenômeno da natureza:

– Choveu ontem.

– Ventou demasiadamente.

– Deverá chover muito pouco nesse inverno.

Quando, porém, surgir um substantivo representando o fenômeno da natureza escrito na oração ou quando a frase possuir sentido figurado, haverá sujeito, e o verbo concordará com ele:

– Choveram pedras sobre Londrina.

 Sujeito simples: pedras

– Choveram papeizinhos coloridos sobre os soldados que desfilavam. 

Sujeito simples: papeizinhos coloridos

– O vento soprava muito forte naquela tarde. 

Sujeito simples: o vento


2) Ser, estar, parecer, ficar, indicando fenômeno da natureza.

– É primavera, mas parece verão.

– Está frio hoje.

3) Fazer, indicando fenômeno da natureza ou tempo decorrido:

– Faz dias friíssimos no inverno.

– Faz três dias que aqui cheguei.

Obs.: Obrigatoriamente na terceira pessoa do singular. Se houver locução verbal, o auxiliar ficará na terceira pessoa do singular:

– Poderá fazer dias friíssimos nesse inverno.

4) Haver, significando existir ou acontecer, ou indicando tempo decorrido:

– Houve muitos problemas naquela noite.

– Haverá várias festas em Curitiba.

– Há dois anos ele esteve aqui em casa.

Obs.: Obrigatoriamente na terceira pessoa do singular. Se houver locução verbal, o auxiliar ficará na terceira pessoa do singular:

– Poderá haver várias festas.

5) Passar de, indicando horas:

– Já passa das 15h.

6) Chegar de e bastar de, no imperativo:

– Chega de conversa.

7) Ser, indicando horasdatas e distância:

O verbo ser é o único verbo impessoal que não fica obrigatoriamente na terceira pessoa do singular.

A) Horas: O verbo ser, ao indicar horas, concorda com o numeral a que se refere.

 É uma hora.

– São duas horas.


B) Distância: O verbo ser, ao indicar distância, concorda com o numeral a que se refere.

– É um quilômetro daqui até lá.

– São dois quilômetros daqui até lá.

C) Datas: O verbo ser, ao indicar datas, tanto poderá ficar no singular quanto no plural:

– É dois de maio = É dia dois de maio.

– São dois de maio = São dois dias de maio.

Sendo o primeiro dia do mês, o verbo ser ficará no singular, e o numeral utilizado será ordinal:

– É primeiro de abril.

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